A bolsa de valores do Rio de Janeiro operada pela ATG deve começar suas operações no segundo semestre de 2025, afirmou o CEO da empresa brasileira de tecnologia detentora de plataforma de negociação eletrônica no mercado.
De acordo com Cláudio Pracownik, até o final deste ano a estrutura da nova bolsa estará pronta e os testes serão realizados no primeiro semestre do próximo ano.
Ele destacou que a bolsa do Rio irá negociar as mesmas ações da B3, incluindo os papéis das blue chips Vale e Petrobras. E acrescentou que Brasil e Espanha são os únicos países do G20 com apenas uma bolsa de valores, enquanto EUA tem mais de 15 opções.
O executivo afirmou que a nova bolsa também buscará operar nos mercados de derivativos e de câmbio. E não descartou a abertura de capital via uma oferta inicial de ações. “Qualquer projeto grande e sério sonha em um IPO”, argumentou.
Pracownik disse que o objetivo da nova bolsa não é “roubar mercado ou clientes” da B3, mas aumentar o volume de negociações no país, que ele afirmou ser ainda muito baixo para o potencial econômico do Brasil.
“Temos respeito pela B3, temos que trabalhar em conjunto para aumentar o volume do país. O nosso mercado está muito pequeno e precisa crescer”, afirmou. “Concorrência traz eficiência; natural que um monopolista quando confrontado com a concorrência adote medidas para se proteger, manter margem e market share”, acrescentou.
Ele citou que tem tido reuniões permanentes com representantes da B3 e que as conversas tem sido “positivas”.
As declarações ocorreram após a sanção pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, do projeto de lei que cria incentivos e abre espaço para instalação da bolsa de valores na cidade. Paes afirmou que pode conceder novos incentivos para as operações de bolsa no futuro.
O PL 3276/2024 prevê a redução do Imposto Sobre Serviços (ISS) para 2%, dos atuais 5%, para atividades de bolsa.
Autoridades municipais tentam convencer a ATG de montar a nova bolsa no centro da cidade, que esta sendo revitalizado, mas Pracownik disse que ainda não escolheu o nome da nova bolsa tampouco o local da sua sede. “Queremos um lugar que valorize as belezas naturais da cidade”, disse.
A cidade foi sede da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) de 1820 até 2002, quando ela foi descontinuada, sendo incorporada pela Bolsa de Valores de São Paulo, atualmente a B3.
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A ATG foi comprada pelo braço de gestão de ativos do fundo soberano de Abu Dhabi, o Mubadala Capital.