Tesla e Alphabet queimaram a largada da temporada de resultados das big techs, lançando luz para o que está por vir nos balanços das outras cinco magníficas. O tombo das ações da empresa do bilionário Elon Musk e da controladora do Google em Nova York nesta quarta-feira (24) põe em xeque o rali do setor de tecnologia.
Por volta do meio-dia (de Brasília), Tesla caía 11,2% e deve perder mais de US$ 80 bilhões (cerca de R$ 450 bilhões, na cotação atual) em valor de mercado em relação ao fechamento da véspera, se as perdas se mantiverem. Já a controladora do Google recuava 4,1%. Com isso, o índice Nasdaq Composto cedia 1,8%, liderando as perdas entre as bolsas norte-americanas.
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De um lado, a fabricantes de veículos elétricos divulgou sua menor margem de lucro em mais de cinco anos e não cumpriu as estimativas do segundo trimestre. De outro, a Alphabet não conseguiu animar os investidores com seu guidance pouco inspirador nem com um lucro acima do previsto no segundo trimestre.
“Se as notícias da noite passada servirem de guia para o restante das big techs, o mercado vai começar a questionar as chamadas Sete Magníficas, porque o que Tesla e Alphabet mostraram não foi o suficiente para manter o ímpeto das ações”, diz Steve Clayton, chefe de fundos de ações da Hargreaves Lansdown.
As chamadas Sete Magníficas são formadas por Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla. O seleto grupo representa um conjunto de gigantes do setor de tecnologia cujas ações acumulam valorização de dois e até três dígitos em 2024, em meio ao otimismo com a Inteligência Artificial (IA). “A IA tem sido um grande impulsionador. Mas em algum momento, essas expectativas têm de começar a gerar retornos sobre o capital”, acrescenta Clayton.
No entanto, a decepção com os números de duas das sete empresas eleva a barra em relação ao lucro esperado para as outras cinco. Além disso, os números vêm à tona em um momento no qual começa a ganhar força um movimento de rotação setorial, diante da percepção de que as ações das grandes empresas de tecnologia estão “caras demais”.
Bancões começam com pé direito
Já no Brasil, a melhora na rentabilidade do Santander (SANB11), mesmo com margem financeira fraca, sinaliza uma boa colheita na safra entre os “bancões”. A reação positiva das ações do setor financeiro na B3 alimenta as esperanças com os números trimestrais dos rivais Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4), que saem no início de agosto.
“Esta deve ser uma temporada de resultados positiva para os bancos brasileiros e o Santander Brasil começou com o pé direito”, avalia o Itaú BBA.
Vale lembrar que as units do Santander são vistas como o “patinho feio” do setor financeiro, com desempenho aquém tanto do Ibovespa quanto dos pares – tradicionais, como Banco do Brasil e Itaú – ou não – como os bancos digitais – caso de BTG, Inter e Nubank. Na visão do BB-BI, isso sugere que os demais representantes do setor financeiro brasileiro na bolsa podem animar ainda mais.
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“Existirem pares que prometem um crescimento muito mais acelerado (caso dos bancos digitais), e também pares que já se encontram com rentabilidade em ‘vôo de cruzeiro’ (caso de Itaú), sendo que o Santander não parece atender, sob a ótica dos investidores, muito bem a nenhuma destas teses”, afirma o analista Rafael Reis, em relatório.
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(*Com agências internacionais)