O Ibovespa fechou em alta firme nesta quarta-feira (31), acompanhando os ganhos das bolsas de Nova York. Os mercados de ações reagiram à sinalizando do Federal Reserve de que corte nos juros dos Estados Unidos em setembro está em jogo.
Ao final da sessão regular, o índice de referência do mercado acionário brasileiro subiu 1,08%, a 127.472 pontos, de acordo com dados preliminares. Na sessão, o Ibovespa oscilou entre a máxima aos 127.853 pontos e mínima aos 126.139 pontos. O volume financeiro somava R$ 19,2 bilhões antes dos ajustes finais.
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Com isso, o Ibovespa encerrou julho acumulando valorização de 2,88% e marcando o segundo mês de 2024 com desempenho positivo. Antes disso, o sinal positivo neste ano havia sido visto apenas em fevereiro (+0,99%). No ano, porém, o principal índice de ações da bolsa brasileira registra queda ao redor de 5%.
Entre as ações, destaque para o desempenho do dia da Weg (WEGE3), cujas ações saltaram pouco mais de 10%. A empresa, que foi a que mais colocou bilionários no ranking da Forbes em 2023, entre eles, a mais jovem, registrou lucro de R$ 1,44 bilhão apenas no segundo trimestre deste ano.
Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) também subiram, +1,96% e +1,66%, nesta ordem. As ações da mineradora e da petrolífera seguiram a alta dos preços de minério de ferro e do petróleo no exterior.
Fed anima bolsas em NY
Em Nova York, os índices acionários norte-americanos também fecharam em alta, depois que o Fed indicou que pode começar a flexibilizar a política monetária na próxima reunião.
“O Fed preparou o terreno para corte de juros em setembro”, resume o economista-chefe Paul Ashworth, da Capital Economics. Para ele, as mudanças no comunicado que acompanhou o anúncio da decisão de manutenção dos juros dos EUA pela oitava vez seguida sugerem que os integrantes estão se posicionando para um corte na próxima reunião.
Em reação, o S&P 500 subiu 1,58%, para 5.522,28 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 2,64%, para 17.599,40 pontos. O Dow Jones subiu 0,24%, para 40.843,06 pontos. Os dados também são preliminares.
Disputa pela Ptax deixa dólar na contramão
O dólar, por sua vez, também teve ganhos firmes em relação ao real, voltando a ser cotado na faixa de R$ 5,65. Especialistas disseram à Reuters que a disputa entre investidores pela formação da taxa referencial de câmbio (Ptax) de fim de mês deu impulso às cotações no mercado doméstico.
O movimento local foi na contramão do observado no exterior, onde a moeda norte-americana caiu ante a maior parte das moedas rivais, em reação à decisão do Fed sobre os juros dos EUA.
“Fazia muito tempo que não via o [presidente do Fed, Jerome] Powell tão incisivo sobre o próximo movimento nos juros”, diz Nicolas Borsi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos. Para ele, o tom da coletiva foi muito suave (“dovish”), pavimentando o início dos cortes de juros na próxima reunião, em setembro.
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Agora, os investidores aguardam a decisão de juros do Banco Central brasileiro, a partir das 18h30. “O Copom deve dar uma respirada; o Fed abaixou a barra”, conclui o economista.