O lucro líquido da Vale mais que triplicou entre abril e junho na comparação com o mesmo período do ano passado, para US$ 2,77 bilhões. O resultado foi impulsionado pela venda de participação em subsidiária na Indonésia e por efeitos relacionados a tributos.
A mineradora, uma das maiores produtoras de minério de ferro do mundo, registrou lucro acima da expectativa de analistas consultados pela LSEG, que esperavam lucro de US$ 1,7 bilhão. O resultado foi também 65% maior que o registrado no primeiro trimestre, quando o lucro líquido somou US$ 1,68 bilhão.
Leia também
A Vale informou em junho que sua subsidiária Vale Canada e a Sumimoto Metal Mining concluíram o desinvestimento na PT Vale Indonesia Tbk, em transação que envolveu a venda de uma fatia na mineradora indonésia de níquel para a MIND ID.
No caso do tributo sobre lucros, a companhia sofreu um impacto no segundo trimestre do ano passado, ao deixar de poder deduzir do Imposto de Renda pagamentos feitos à Fundação Renova, após a recuperação judicial da Samarco. A Renova foi criada pela Vale e pela BHP para gerir as reparações e compensações relacionadas ao rompimento de barragem em Mariana (MG).
Apesar da melhora na eficiência, o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, também destacou o forte desempenho operacional da Vale no período. A produção de minério de ferro foi recorde para um segundo trimestre desde 2018, impulsionada principalmente pelo desempenho da mina S11D, no Pará.
A produção de minério de ferro da Vale subiu 2,4% entre abril e junho ante o mesmo período de 2023, com desempenho que reforçou a confiança da mineradora em atingir o limite superior de sua meta para 2024, de 320 milhões de toneladas, conforme informou a companhia anteriormente.
Durante os três meses, a Vale produziu de 80,598 milhões de toneladas de minério de ferro. As vendas da commodity, por sua vez, subiram 7,3%, para 79,792 milhões de toneladas.
Minério de ferro sobe com estímulos da China
Já os contratos futuros do minério de ferro na bolsa chinesa de Dalian interromperam uma queda de três sessões nesta sexta-feira, impulsionados por novos estímulos econômicos da China. Porém, a commodity registraraou perda em base semanal em meio a preocupações com a demanda do principal mercado consumidor.
O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,5%, a 779 iuanes (US$ 107,45) a tonelada. O contrato caiu 2,75% em uma base semanal.
Já o minério de ferro de referência de agosto na Bolsa de Singapura avançava 1,94%, a US$ 101,85 a tonelada. O contrato caiu 4,41% até o momento nesta semana, caminhando para sua maior queda semanal desde 7 de junho.
O complexo de metais industriais da China foi impulsionado por uma alocação de 300 bilhões de iuanes (US$ 41,40 bilhões) em fundos de títulos para a recuperação econômica, que inclui subsídios para a substituição e atualização de bens de consumo e industriais com uso intensivo de aço, disse Cameron Law, analista de commodities da Navigate Commodities.
Embora o pacote de estímulo seja positivo para a atividade manufatureira, sua magnitude não será suficiente para mitigar a “rendição contínua” do setor de construção ou abordar a atitude do consumidor chinês em relação aos imóveis, disse Law.
Notícias sobre aumento dos estoques de aço da China evidenciam a fraqueza contínua no mercado de aço em meio a uma queda na atividade de construção no setor imobiliário, disseram os analistas do ANZ em uma nota.
Os estoques de produtos siderúrgicos acabados nos armazéns dos comerciantes em 132 cidades chinesas caíram 0,8% em relação à semana anterior, no período de 19 a 25 de julho, atingindo o nível mais baixo em um mês, de 21 milhões de toneladas, mas subiram 11,9% em relação ao ano anterior, segundo dados da consultoria Mysteel.
O mercado agora está de olho na reunião do Politburo do Partido Comunista Chinês (PCCh) na próxima semana à espera de novas medidas que possam apoiar o crescimento econômico, acrescentaram os analistas do ANZ.
Escolhas do editor