Depois de uma série de perdas financeiras elevadas — e condenação por 34 acusações criminais — o ex-presidente Donald Trump tem tido uma sequência de vitórias nos tribunais recentemente. A Suprema Corte concedeu a ele alguma imunidade contra acusações criminais. Além disso, o caso sobre documentos confidenciais foi rejeitado; sua sentença em Nova York foi adiada. Por fim, as acusações federais na Geórgia (EUA) foram suspensas até pelo menos o ano que vem.
No entanto, todas essas ações custaram milhões ao ex-presidente em honorários com advogados — e seu financiamento de campanha que está pagando a conta está com poucos fundos. De acordo com os registros da Comissão Eleitoral Federal, o Save America PAC de Trump, um comitê de liderança que obteve o financiamento dos cofres da campanha de Trump, terminou junho com US$ 1,6 milhão (R$ 8,8 milhões, na cotação atual) em dívidas com os advogados de Trump e apenas US$ 3 milhões (R$ 16,5 milhões) em dinheiro.
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Mas Trump não tem nada com que se preocupar, graças aos seus maiores doadores, incluindo vários bilionários, que em breve vão reabastecer os cofres de campanha.
O Save America PAC de Trump, que foi formado logo após a eleição de 2020 para financiar os processos judiciais pós-eleitorais de Trump, tornou-se o ‘cofrinho’ do ex-presidente para seus casos jurídicos pessoais. Inicialmente, estava tão cheio de dinheiro que emprestou US$ 60 milhões (R$ 330 milhões) a um comitê diferente de Trump, o Make America Great Again, Inc.. Mas, depois, pediu o dinheiro de volta no ano passado, enquanto Trump continuava enfrentando novas acusações.
Esses reembolsos mantiveram o Comitê principal de financiamento de campanha de Trump, com cheques mensais de aproximadamente US$ 5 milhões (R$ 27,5 milhões) cada. Mas esses depósitos pararam depois de abril. O fundo legal, que distribuiu mais de US$ 60 milhões (R$ 330 milhões), também se beneficiou anteriormente de 10% de cada pequena doação feita à campanha de Trump por meio de seu site. Mas isso acabou quando a campanha de Trump uniu forças de arrecadação de fundos com o Comitê Nacional Republicano em março. Os doadores de pequenas quantias agora são direcionados a doar para o Comitê Nacional Trump, um comitê conjunto de arrecadação de fundos que beneficia apenas a campanha de Trump e o Partido Republicano.
Trump agora está adotando uma abordagem diferente para construir seu cofre de guerra legal. Desde abril, o ex-presidente vem cortejando doadores para seu Trump 47 Joint Fundraising Committee, que coleta doações maiores para sua campanha presidencial, inclusive por meio de arrecadações de fundos. O comitê prioriza as contas legais de Trump até mesmo em vez de dar dinheiro ao Partido: os primeiros US$ 6.600 (R$ 36,3 mil) que qualquer doador individual dá vão para a campanha de Trump e quaisquer esforços de recontagem (cada um recebendo o máximo de US$ 3.300 ou R$ 18,15 mil), então os próximos US$ 5 mil (R$ 27,5 mil) vão para Save America — o maior valor que um único doador pode dar ao PAC. É somente depois dessa doação que qualquer outro dinheiro restante vai para o Comitê Central do Partido e os estaduais.
Os bilionários
Como resultado, os maiores doadores da campanha de Trump — qualquer um que doe pelo menos US$ 11.600 (R$ 63,8 mil) — estão ajudando o ex-presidente a pagar suas contas legais pessoais, quer tenham a intenção ou não. Isso inclui apoiadores bilionários como Miriam Adelson, Don Ahern, John Catsimatidis, Diane Hendricks, Palmer Luckey, Stephen Schwarzman e Paul Singer – todos os quais doaram mais de US$ 11.600. Outros aliados conhecidos de Trump também estão na lista de doadores, como o genro do ex-presidente, Jared Kushner, e o CEO da MyPillow, Mike Lindell.
Mais de 1.100 doadores deram US$ 11.600 ou mais ao Trump 47 Committee entre abril e o final de junho, de acordo com a FEC. Isso significa que a Save America está pronta para receber um influxo de mais de US$ 5 milhões (R$ 27,5 milhões) para reforçar seus cofres; ainda não havia sido transferido para o comitê até o final de junho, a data mais recente para a qual os registros estão disponíveis.
Esse dinheiro será bem-vindo, embora provavelmente ainda não seja o suficiente para cobrir os honorários com advogados de Trump pelos próximos meses. A Save America gastou regularmente entre US$ 4 milhões (R$ 22 milhões) e US$ 7 milhões (R$ 38,5 milhões) por mês nos últimos seis meses, e as contas legais de Trump não vão diminuir tão cedo. Por enquanto, esse novo fluxo de dinheiro ajudará a evitar a crescente crise de caixa da Save America. O comitê arrecadou apenas US$ 3.134 no mês passado e tinha US$ 3 milhões (R$ 16,5 milhões) em dinheiro em mãos ao final de junho – o menor nível de suas reservas em 2024. Pela a primeira vez, também devia aos advogados de Trump mais do que realmente pagou a eles, terminando o mês com pagamentos pendentes substanciais.
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Com mais de mil doadores já esgotando o limite do que podem doar ao Comitê Trump 47 neste ano, o ex-presidente terá de continuar encontrando novos benfeitores ricos para manter seu fundo legal funcionando.