O Ibovespa fechou em queda de 0,19% nesta quinta-feira (01), a 127.412,95 pontos, de acordo com dados preliminares, após tocar 128.761,54 pontos na máxima da sessão. Na mínima, chegou a 127.149,63 pontos. O recuo ocorre após o pregão acumular em julho uma alta de 3%. O volume financeiro na bolsa nesta quinta-feira (01) somava R$ 21,2 bilhões antes dos ajustes finais.
Para Anderson Silva, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, um dia após a manutenção da taxa básica de juros, tanto nos EUA como no Brasil, o IBOV ameaçou engatar mais um dia de alta e rumar para os 130 mil pontos, porém não aconteceu . “Hoje, seis empresas que estão entre as 10 mais pesadas do IBOV tiveram um dia negativo. Entre as maiores quedas, tivemos EMBR3 em movimento de realização de lucro. Papel está negociando em regiões de máximas. HYPE3 não conseguiu apresentar resultados satisfatórios em seu último balanço e DXCO3 com investidores na espera da divulgação do balanço referente ao 2º semestre de 2024”, afirma.
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O dólar continuou o movimento mais recente de alta ante o real, fechando a quinta-feira (01) na maior cotação desde dezembro de 2021, acima dos R$ 5,70, em um dia de aversão a ativos de risco em todo o mundo e de reação do mercado doméstico a sinalizações dadas na véspera pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
A moeda norte-americana encerrou o dia cotado a R$ 5,7364 na venda, em alta de 1,43%. Esta é a maior cotação de fechamento desde 21 de dezembro de 2021, no terceiro ano do governo de Jair Bolsonaro, quando encerrou a R$ 5,7394. Em 2024, o dólar acumula valorização de 18,24%. Durando o dia chegou acima dos R$ 5,74 com a manutenção da Taxa de juros por mais um período nos EUA, o que novamente faz com que os investidores possam aproveitar por mais tempo a renda fixa americana, prejudicando o Real.
A manutenção da taxa de juros no Brasil aconteceu, porém vejo que o governo não fez de fato nenhuma ação concreta que pudesse melhorar o cenário interno com relação ao fiscal, o que deixou os vencimentos futuros de DI mistos e alguns ainda pedindo um prêmio maior, ou seja, o Governo diz “baixe os juros”, o Mercado diz “suba os juros” e o Banco Central faz malabarismos para equilibrar tudo isso.
O movimento acompanha a alta generalizada da moeda norte-americana no exterior, em meio à maior aversão ao risco por causa da escalada da tensão no Oriente Médio.
Por volta das 15h25 (de Brasília), o dólar à vista subia 1,38%, cotado a R$ 5,7265. Na máxima da sessão, o dólar encostou em R$ 5,731, no maior nível em mais de dois anos e meio. Em 21 de dezembro de 2021, o dólar encerrou cotado a R$ 5,738.
O aumento das preocupações com o cenário geopolítico, após o assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, na véspera em Teerã, impulsiona a força ao dólar ante as demais divisas globais. Os investidores avaliam qual deve ser a reação do Irã. O receio é de que o conflito possae escalar na região.
“O movimento do dólar no Brasil está alinhado com o externo, mas está um pouco mais forte aqui em função de vários fatores”, comentou o gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado.
Segundo ele, ainda que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central tenha indicado na quarta-feira (31) estar preocupado com os efeitos do câmbio e das expectativas sobre a inflação, o colegiado não demonstrou intenção de subir a taxa Selic no curto prazo. “Isso é negativo para o real no curto prazo”, disse Machado.
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Outro fator para a força do dólar ante o real é a percepção entre os investidores de que o BC, por enquanto, não fará intervenções no mercado. A autoridade monetária tem repetido que eventuais intervenções serão feitas apenas em caso de disfuncionalidade do mercado — e não por conta do nível do câmbio.
(Com Reuters)