O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse nesta sexta-feira (23) que “chegou a hora” de cortar a taxa de juros dos Estados Unidos. Segundo ele, os riscos para o mercado de trabalho estão mais latentes do que o de descontrole da alta dos preços para além da meta de 2% perseguida pelo Fed.
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“Os riscos de alta para a inflação diminuíram. E a ameaça de queda para o emprego aumentaram”, disse. “Chegou a hora de ajustar a política”, emendou.
As declarações de Powell ocorreram durante discurso no tradicional simpósio anual Jackson Hole.
No entanto, Powell não deu pistas adicionais sobre o cronograma nem a magnitude dos cortes. “A direção a ser seguida é clara, o ritmo dos cortes nos juros dependerão dos dados que chegarem, da evolução das perspectivas e do equilíbrio dos riscos”.
Referindo-se ao duplo mandato do Fed, Powell disse que a “confiança cresceu de que a inflação está em um caminho sustentável de volta para 2%”. No entanto, ele observou que o aumento na taxa de desemprego nos últimos 12 meses deve-se, em grande parte, ao aumento da oferta de mão de obra e à desaceleração das contratações.
Ciclo de cortes vem aí
Para William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, as declarações de Jerome Powell reforçaram a percepção recente, de que o movimento de corte dos juros nos EUA comece na próxima reunião, em setembro.
Na visão de Alexandre Mathias, estrategista-chefe da Monte Bravo Investimentos, a fala de Powell é compatível com o início do ciclo no mês que vem, com cortes sequenciais na mesma dose.
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Os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed apresentarão projeções econômicas atualizadas na reunião dos dias 17 e 18 de setembro. O chamado gráfico de pontos (dot plot), fornecerá mais detalhes sobre como o Fed espera que a taxa de juros evolua no cenário à frente.