Pré-mercado: à espera das atas do Copom americano

Bom dia. Estamos na quarta-feira, 21 de agosto.

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Cenários

Em mais um dia de poucos indicadores econômicos no Brasil e nos Estados Unidos, a grande expectativa dos investidores é com a divulgação das Minutas (ou atas) da reunião do Federal Open Market Comittee (Fomc). O Copom americano se reuniu nos dias 30 e 31 de julho. Diferentemente do que ocorre no Brasil, a divulgação dos documentos da reunião ocorre após três semanas.

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Também diferentemente do que ocorre no Brasil, as Minutas do Fomc são mais longas e mais detalhadas do que a Ata. Por aqui, o Banco Central (BC) divulga apenas as conclusões. Nos Estados Unidos, o texto da reunião traz também as discussões, ainda que anônimas. “Um participante disse estar preocupado com o nível de emprego no setor de serviços” é um bom exemplo.

Mesmo não personalizando as discussões, essa transparência reduz o ruído na comunicação e as surpresas, pois permite aos profissionais de mercado saber o que está sendo discutido.

E a discussão desta Ata deverá estar focada no mercado de trabalho. No dia 2 de agosto, logo após a reunião do Fomc, foi divulgado o número de vagas não agrícolas (“nonfarm payroll”) de julho. O resultado foi de 114 mil vagas, muito abaixo das 175 mil esperadas. Isso trouxe temores de que a economia americana pudesse estar desacelerando muito depressa, e que o Federal Reserve (FED), o banco central americano, tivesse mantido os juros altos por tempo demais.

Perspectivas

E é exatamente o emprego que deverá estar em discussão nessa quarta-feira, com a divulgação de um indicador menos conhecido, mas muito importante. O Bureau of Labor Statistics vai divulgar as estimativas para sua Revisão Preliminar de Referência (Preliminary Benchmark Revision). O relatório abrangerá dados de folhas de pagamento não-agrícolas de abril de 2023 a março de 2024.

Espera-se que o relatório traga uma revisão para baixo no crescimento do emprego em até um milhão de vagas no período de 12 meses até julho, de acordo com uma estimativa do Goldman Sachs. “Com base no Censo Trimestral de Emprego e Salários (QCEW) — a principal fonte de dados para a revisão anual de referência — uma grande revisão para baixo parece provável; estimamos algo em torno de 600 mil a 1 milhão (ou uma revisão para baixo de 50 mil a 85 mil no crescimento mensal das folhas de pagamento de abril de 2023 a março de 2024)”, informou o banco na semana passada.

Se confirmada, essa notícia poderá provocar forte volatilidade no mercado.