A Vale anunciou na noite desta segunda-feira (26) que o atual vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores, Gustavo Pimenta, será o próximo presidente-executivo da companhia. Pimenta, executivo com experiência global nos setores financeiro, de energia e mineração, teve carreira desenvolvida ao longo de mais de 20 anos no Brasil, Estados Unidos e Europa, lembrou a Vale.
Em 2021, ele assumiu a posição a posição de CFO da Vale.
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A Vale afirmou que Pimenta, que substituirá o atual CEO Eduardo Bartolomeo, foi eleito pelo conselho de administração por unanimidade. A mineradora acrescentou que a transição seguirá um cronograma que a empresa já havia divulgado.
Conforme o cronograma no processo de sucessão, Bartolomeo seguirá como presidente da companhia até 31 de dezembro de 2024, apoiando a transição para o novo presidente da Vale até 28 de fevereiro de 2025. A Vale havia informado anteriormente que Bartolomeo seguiria como “advisor” da companhia até o final de 2025.
Boas-vindas
Na visão de analistas, a escolha de Gustavo Pimenta como o próximo presidente-executivo da Vale é positiva e reduz incertezas que pairavam sobre o processo de sucessão ao cargo e potencial interferência política.
“Como candidato interno que está na empresa há cerca de cinco anos, a eleição do Sr. Pimenta como novo CEO provavelmente acalmará os temores de uma potencial influência política na liderança da Vale. O anúncio também marca o fim do ruidoso processo de sucessão do CEO e elimina um peso importante nas ações, em nossa opinião”, avaliaram analistas da RBC Europe Limited.
A equipe do JPMorgan destacou que Pimenta é amplamente conhecido e respeitado por investidores, o que deve levar a uma reação positiva do mercado.
O UBS BB também disse ver o anúncio como positivo, avaliando que o executivo foi “arquiteto-chave da alocação de capital disciplinada e turnaround operacional da Vale nos últimos anos”. Para os analistas, há potencial para que questões de governança sócio-ambiental (ESG) importantes, como o caso da Samarco, possam ser resolvidas em breve.
Agora, resta saber qual será a postura do novo líder com o governo, observa a Ativa Research. “Mas entendemos que a escolha de Pimenta, num primeiro momento, deve resultar em um movimento positivo para as ações da empresa”, diz.
Internamente, o presidente do conselho de administração da Vale, Daniel Stieler, disse estar confiante com a escolha de Pimenta para liderar a mineradora.
“Ele reúne as competências necessárias para que possamos aspirar um novo ciclo virtuoso para a companhia, orientado por nosso propósito, e com grande potencial de geração de valor a todos os nossos públicos de relacionamento”, afirmou Stieler.
Em nota, Bartolomeo afirmou que Pimenta “é um profissional com reconhecida competência e compromisso com a Vale do Futuro, uma companhia que se torna mais segura e confiável a cada dia”. “Com Gustavo Pimenta, acredito que a Vale seguirá firme em sua jornada rumo à liderança na mineração sustentável e na criação de valor para todos os stakeholders.”
O próximo presidente da Vale, Gustavo Pimenta, agradeceu a confiança do conselho. “Vamos juntos nessa jornada, intensificando o diálogo com todos os nossos stakeholders e priorizando a segurança das pessoas, das operações e do meio ambiente”, afirmou.
Ele reafirmou que companhia seguirá “com foco em geração e distribuição de valor, elevando a Vale a patamares ainda mais altos”.
Relembre
A companhia vinha lidando há meses com o processo turbulento de escolha de seu próximo CEO, que só deveria ser concluído no final do ano, em meio a notícias de que o governo federal estaria tentando emplacar um nome como CEO da mineradora.
O mandato de Bartolomeo vencia em maio deste ano, mas foi estendido até dezembro, após o conselho ter ficado dividido entre manter o presidente por mais um período ou abrir um processo para a escolha de uma nova liderança.
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O impasse no conselho sobre a sucessão da Vale ocorreu em meio a notícias de que o governo estaria tentando emplacar um nome como CEO da mineradora. O nome do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega teria sido cogitado.
Em entrevista à Reuters, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reafirmou que “nunca houve uma ingerência do governo com relação à Vale”.
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