O Banco Central Europeu cortou novamente as taxas de juros nesta quinta-feira (12), em meio à desaceleração da inflação e a um crescimento vacilante. No entanto, não forneceu pista substanciais sobre seu próximo passo mesmo com investidores apostando em uma política de flexibilização constante nos próximos meses.
O BCE reduziu sua taxa de depósito em 25 pontos-base, para 3,50%, em um movimento amplamente anunciado nas comunicações anteriores. A autoridade monetária já havia feito um corte na mesma proporção em junho, em um cenário de inflação perto de sua meta de 2%.
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Com o corte amplamente esperado, a atenção dos investidores já se voltou para o que virá a seguir e como as decisões do BCE serão moldadas pelo esperado início do ciclo de corte de juros do Federal Reserve (Fed) na próxima semana. Mas não foi dessa vez que o BCE esclareceu qual caminho seguirá.
O que diz o BCE?
“Não estamos nos comprometendo previamente com uma trajetória particular de juros”, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, em entrevista à imprensa, usando a fórmula padrão do banco de uma postura dependente de dados e decisão a cada reunião.
“O Conselho do BCE continuará a seguir uma abordagem dependente de dados e reunião por reunião para determinar o nível e a duração apropriados da restrição”, disse o BCE em um comunicado. “O Conselho do BCE não está se comprometendo previamente com uma trajetória de juros específica.”
“Estamos olhando para uma bateria de indicadores”, disse ela, destacando que setembro deve ter uma leitura baixa de inflação devido a efeitos de base.
Lagarde pintou um cenário misto de continuação da sustentação da inflação na zona do euro pelo aumento dos salários mesmo quando as pressões de custos trabalhistas se moderam e são absorvidas pela economia
Algumas autoridades do BCE, principalmente do sul da zona do euro, têm argumentado que os riscos de recessão estão aumentando e que as taxas altas do BCE estão restringindo o crescimento mais do que o necessário. Segundo eles, isso está aumentando o risco de que a inflação possa ficar abaixo da meta.
Mas outros, que ainda são maioria, dizem que o mercado de trabalho continua muito aquecido para o BCE se acomodar, e que as pressões de preços subjacentes, como evidenciado nos custos persistentes dos serviços, aumentam o risco de que a inflação possa aumentar novamente.
Novas previsões econômicas pouco ajudaram para resolver o debate.
As projeções trimestrais da equipe do BCE mostraram que o crescimento este ano será ligeiramente menor do que o previsto em junho, enquanto a inflação ainda deve voltar à meta apenas no segundo semestre do ano que vem.
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Isso significa que poucas autoridades devem argumentar contra mais afrouxamento, com a principal divisão sendo a rapidez com que o BCE deve agir.