Conforme já era esperado pelo mercado há algumas semanas, a China anunciou uma ampla gama de medidas para estimular a economia. O anúncio foi feito nesta terça-feira (24) e visa estabilizar o setor imobiliário e restaurar a confiança do mercado. As ações e os títulos saltaram após o anúncio.
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Esse é o maior pacote de estímulo desde a pandemia para tirar a economia de seu estado deflacionário, além de ajudar o governo a atingir a sua meta de crescimento do governo, mas os analistas alertaram que mais ajuda fiscal é vital para atingir esses objetivos.
Veja a seguir as principais medidas anunciadas em coletiva de imprensa pelo presidente do Banco do Povo da China, Pan Gongsheng, junto do ministro da Administração Nacional de Regulamentação Financeira, Li Yunze, e o presidente da Comissão de Regulamentação de Valores Mobiliários da China, Wu Qing.
China: corte de taxas
O banco central da China reduzirá a taxa de compulsório dos bancos em 0,50 ponto percentual no futuro próximo, liberando cerca de 1 trilhão de iuanes (US$ 142,21 bilhões ou R$ 782 bilhões) para novos empréstimos. Dependendo da situação de liquidez do mercado no final deste ano, a taxa poderá ser reduzida ainda mais, de 0,25 a 0,5 ponto percentual, disse Pan.
O Banco do Povo reduzirá a taxa de recompra reversa de sete dias em 0,2 ponto percentual, para 1,5%. Pan espera que a medida guie a taxa do instrumento de empréstimo de médio prazo (MLF) para uma queda de 0,3 ponto percentual, e reduza taxa primária de empréstimos (LPR) e a taxa de depósito em 0,2 a 0,25 ponto percentual. O presidente do BC chinês não especificou quando as medidas entrarão em vigor.
Setor imobiliário
O banco central da China orientará os bancos comerciais a reduzir as taxas de hipoteca de moradia usadas em 0,5 ponto percentual, em média, a fim de proporcionar alívio às famílias. A China reduzirá a taxa mínima de entrada para compradores de segunda residência a 15% em todo o país, ao invés dos atuais 25%.
Estímulo ao mercado de ações
O órgão regulador de valores mobiliários da China emitirá orientações para a entrada de fundos de médio e longo prazos no mercado e medidas para promover fusões, aquisições e reorganizações.
A instituição apoiará ainda mais o fundo estatal chinês Central Huijin Investment na compra de ações e na expansão do escopo de investimentos.
O Banco do Povo da China também introduziu duas novas ferramentas para impulsionar o mercado de capitais.
A primeira é um programa de swap com um tamanho inicial de 500 bilhões de iuanes. Ele permite que fundos, seguradoras e corretoras tenham acesso mais fácil a financiamento para comprar ações.
A segunda oferece até 300 bilhões de iuanes em empréstimos baratos do banco central a bancos comerciais para ajudá-los a financiar a compra e recompra de ações de empresas listadas.
Reação do mercado
Apesar de existirem dúvidas sobre o potencial efetivo do pacote de estimular a economia chinesa, a bolsa de valores, câmbio e minério de ferro reagiram bem aos estímulos chineses.
Os preços dos contratos futuros da commodity registraram o maior ganho intradiário em mais de um ano, com uma melhora do sentimento de mercado em função de um pacote de novos estímulos monetários da China e do reabastecimento de estoques antes de feriados chineses.
O contrato de janeiro de minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 4,64%, a 699,5 iuanes (US$ 99,38 ou R$ 546) a tonelada, registrando o maior aumento diário desde 29 de maio de 2023.
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No mercado de ações, mais ganhos. O índice CSI300 encerrou o dia com alta de 4,33%, seu maior ganho percentual diário desde março de 2022. Já o SSEC, de Xangai, subiu 4,15%, a maior alta desde julho de 2020.