A primeira viagem internacional é o sonho de muita gente. Entender o que se deseja e pode pagar é fundamental para uma experiência inesquecível.
Por exemplo, para alguns, a prioridade é o conforto desde o momento em que entram no avião. Um atendimento de classe executiva é o principal exemplo. Para outros, o importante é chegar ao destino e viver as experiências locais.
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Desse modo, a questão financeira também varia conforme o tipo de experiência que sonha realizar.
Organização
A organização é essencial para que os gastos não surpreendam depois. “Nessa fase, é importante pensar não apenas nas despesas básicas, como estadia e passagens, mas também pesquisar outras depesas”, diz Gigi Vilela. A influenciadora, comunicadora e apresentadora do podcast “Eureka com Gigi” cita, por exemplo, o uso de cartões de crédito que oferecem seguro para malas extraviadas e voos cancelados.
Aliás, é conveniente levar uma quantidade de dinheiro em espécie, preferencialmente em dólar, moeda aceita globalmente. Além disso, também se recomenda levar um cartão de crédito internacional para despesas mais elevadas.
Porém, um dos maiores erros é sair gastando durante a viagem e voltar com a fatura do cartão com um valor acima do planejado. “Use cartões de débito em que você coloca os recursos antecipadamente e vai usando durante a viagem. Esses cartões têm taxas menores”, afirma Gigi.
Além disso, analise o valor das tarifas aéreas, pois em alguns casos elas não incluem bagagem nem permitem alterações. “Eu prefiro comprar passagens um pouco mais caras que me deem liberdade, caso eu queira mudar a data”, afirma a criadora de conteúdo.
Outro ponto fundamental é a forma de se conectar na internet. Nesse caso, recomenda-se comparar os valores entre usar o sim card de uma operadora brasileira ou comprar chips internacionais.
De acordo com Igor Lucena, economista e CEO da Amero Consulting, planejar a viagem entre seis meses e um ano antes é estratégico. Isso porque a volatilidade cambial diminui e é possível fazer pagamentos parcelados até a data da viagem.
“É importante estar com as operações pagas até a data de início da viagem. Sobre a compra da moeda local, o importante é comprar todo mês um pouco, porque isso cria uma reserva pré-estabelecida”, diz.
Além disso, Florença Barsam, CEO da empresa Eventho Turismo, recomenda que ninguém viaje sem um seguro de vida/saúde. “Além de ser obrigatório em muitos países, como na Europa, ele pode evitar problemas em caso de emergências”, afirma.
Ela explica que existem duas opções. A primeira é o seguro contratado diretamente com a agência de viagens, que oferece suporte em todas as situações. A outra é o seguro incluso em cartões de crédito – embora prático, a responsabilidade fica a cargo do passageiro.
O que levar no bolso?
Por isso, antes de embarcar, o viajante deve verificar os requisitos para entrar no país a ser visitado. Entre os itens básicos, estão carteira de motorista internacional, passaporte ou RG e carteira de vacinação.
De acordo com Nátaly Zamaro, CEO da Spot Finanças, para alguns lugares que o Brasil tem acordo, somente o RG é necessário. Já para a maioria dos países é necessário um passaporte válido. “Se você vai viajar com crianças pequenas, lembre-se de tirar o RG (ou CNI), pois fora do Brasil, não é aceito apenas a certidão de nascimento”, afirma.
Em alguns países, a moeda local é mais valorizada do que o real, o que exige cuidado com os gastos. Isso porque despesas comuns, como um jantar ou um passeio, podem se tornar onerosas.
Para Fábio Cabral, planejador financeiro da Planejar, é importante analisar a cotação da moeda local em relação ao real. “Isso não significa que devemos evitar destinos onde a moeda é mais forte que o real. Trata-se apenas de uma precaução adicional”, diz.
Temporada de férias e hospedagem
Além disso, a depender do destino e da estação do ano, os gastos aumentam. Por exemplo, em viagens de esqui é preciso pensar no lift e no aluguel de equipamento.
Portanto, analise a média de custo do destino. Afinal, cidades como Paris são mais caras do que Lisboa ou Madri, por exemplo. Ou seja, a época do ano em que a viagem será realizada importa, e muito.
Verifique se é alta temporada. Nesse período, hospedagens e passeios costumam ser mais caros. Fora dos meses agitados, os preços tendem a ser mais acessíveis.
Para viagens planejadas com antecedência, pode ser vantajoso criar um roteiro próprio. Entretanto, em alguns casos, a contratação de um guia pode facilitar a logística, apesar do custo adicional, recomenda Cabral, da Planejar.
A influenciadora Gigi aconselha checar também como estará o clima. “Se você estiver em um lugar com chuva, por exemplo, vai gastar mais de transporte por não conseguir fazer as coisas a pé”, diz.
A escolha do hotel, assim como do transporte, deve ser feita com base nas preferências específicas, garantindo uma viagem que atenda às expectativas. “Há uma ampla gama de opções, desde hotéis quatro estrelas bem localizados até experiências de luxo”, afirma Florença, da empresa de turismo.
Para uma interação cultural e maior economia, é possível optar por hospedagem compartilhada. Nelas, há interação com pessoas de diferentes nacionalidades.
Transporte e refeições
Separe um valor diário para gastar com o meio de transporte escolhido, assim não desequilibra o orçamento. Usar transportes públicos é uma opção mais em conta, e muitas vezes, mais rápida.
Caso preferir por alugar um veículo, lembre-se dos gastos com combustível e manutenção. Tudo isso na cotação da moeda local.
Outra dica é que as principais capitais do mundo tem o próprio ônibus de city tour.
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Já a alimentação sempre é algo relativo. Se quiser evitar gastos, vale analisar os custos de um apartamento alugado. Assim é possível economizar cozinhando em domicílio.
Entretanto, lembre-se de que muitos hotéis oferecem café da manhã.
“Se for viajar acompanhado, é importante ter em mente que os objetivos devem ser parecidos. Se a sua companhia quer conhecer restaurantes bons e tomar vinhos caros, isso deve ser combinado antecipadamente para não gerar incômodo”, diz Gigi.