O Ibovespa iniciou a abertura desta quinta-feira (5) sem forças para definir uma direção, um dia após ter cravado o primeiro pregão positivo do mês. Os investidores repercutem dados de emprego dos Estados Unidos mais fracos do que as expectativas para calibrar as apostas de corte nos juros na próxiuma decisão do Federal Reserve.
Às 10h30, o Ibovespa oscilava em alta de 0,04%, aos 136.159 pontos. Entre a mínima e a máxima até o momento, o índice de ações foi desde os 135.959 pontos até os 136.209 pontos.
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Já o dólar recuava ante o real, em linha com a fraqueza da moeda norte-americana no exterior, à medida que investidores avaliavam dados do mercado de trabalho dos EUA que fomentam a perspectiva de um afrouxamento monetário mais agressivo do Fed. No mesmo horáiro, o dólar à vista caía 0,56%, a R$ 5,6089 na venda. Na véspera, fechou em leve baixa de 0,08%.
Dados de emprego calibram Fed
Nesta manhã, os mercados globais digeriam novos dados sobre o mercado de trabalho dos EUA em busca de pistas sobre o tamanho de um potencial corte de juros pelo Fed em sua reunião deste mês.
De um lado, o relatório de emprego da ADP mostrou que 99 mil postos de trabalho foram criados no setor privado dos EUA em agosto, bem abaixo da expectativa de analistas consultados. Além disso, foi a menor criação de vagas entre as empresas desde janeiro de 2021.
De outro, números do Departamento de Trabalho mostraram que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego na semana encerrada em 31 de agosto caíram para 227 mil. O número também ficou abaixo da projeção dos analistas de 230 mil.
“O relatório corrobora os últimos dados recentes que mostraram números mais fracos no mercado de trabalho americano e reforçam a visão do início do corte de juros na próxima reunião do Fed”, diz William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue. Segundo ele, a grande questão agora se refere à magnitude do corte esperado pelo mercado.
Por ora, os investidores veem 45% de chances de um corte de 0,50 ponto percentual (pp) nos juros dos EUA neste mês. Ao todo, eles projetam uma redução de pouco mais de 1 pp até o fim do ano, sinalizando novos cortes pelo Fed até dezembro.
No entanto, Alves ressalta que, apesar da desaceleração na criação de novos postos de trabalho, não houve uma aceleração dos pedidos de desemprego. “Isso indica que, apesar das empresas estarem contratando menos, não estão necessariamente aumentando despedimentos”, diz.
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Agora, a expectativa recai no relatório oficial de emprego nos EUA, o chamado payroll, que sai nesta sexta-feira (6).
“As informações de segunda linha do mercado de trabalho dos EUA até agora mostram uma inegável condição de afrouxamento. Outro número fraco amanhã pode confirmar um corte de maior magnitude do Fed em setembro e consolidar o caminho do dólar para baixo”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.