Faltando menos de uma semana para as reuniões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, o foco dos investidores está na última bateria de indicadores econômicos que pode, de alguma forma, antecipar o resultado dos encontros. O Ibovespa não acompanhou o desempenho tímido das bolsas americanas — lá fora, o dia foi marcado por dados do mercado de trabalho e inflação ao produtor.
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Aqui, o foco ficou no desempenho das principais empresas do índice — tanto a Petrobras quanto o Itaú Unibanco tiveram uma sessão de perdas superiores a 1%, pressionando o Ibovespa. A queda do índice foi de 0,48%, aos 134.029,43 pontos.
Já o dólar à vista teve um dia de fraqueza, de olhos nos números divulgados no exterior. O resultado foi um recuo de 0,57%, a R$5,6177.
Ambiente doméstico pesa na Bolsa
O tom de cautela por parte dos investidores domésticos repercutiu mais um dado econômico acima do esperado — isso após o Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação oficial medida pelo IPCA já terem mostrado uma economia aquecida alimentando a inflação.
As vendas no varejo brasileiro avançaram 0,6% em julho na comparação com o mês anterior. Na base anualizada, o indicador avança 4,4%. Para Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, o número é positivo do ponto de vista da atividade, mas o resultado reforça as preocupações e incertezas que cercam os fatores capazes de influenciar o resultado das próximas decisões de política monetária do Banco Central (BC).
Inflação nos EUA
Pela manhã, o Departamento do Trabalho informou que a inflação do atacado (preços ao produtor), medida pelo CPI, avançou mais do que o esperado. A alta foi de 0,2% no mês passado, acima das estimativas de 0,1% dos economistas. Nos últimos 12 meses, os preços ao produtor estão com alta de 1,7%, contra 2,1% registrado em julho.
Os números parecem reforçar a percepção de que o Fed iniciará o seu processo de corte na próxima semana, o que beneficiou a bolsa americana. O Nasdaq subiu mais de 1%, enquanto o S&P 500 e o Dow Jones tiveram altas mais modestas, de 0,79% e 0,58%, respectivamente.
Corte de juros na Europa
O Banco Central Europeu cortou novamente as taxas de juros nesta quinta-feira (12), em um movimento já antecipado pelo mercado. A entidade, no entanto, não deixou pistas sobre o que se esperar na próxima reunião.
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O BCE reduziu sua taxa de depósito em 25 pontos-base, para 3,50%. A autoridade monetária já havia antecipado essa decisão após o corte na mesma proporção feito em junho. Atualmente, o bloco tem um cenário de inflação perto de sua meta de 2% e a economia doméstica à beira de uma recessão.
“O Conselho do BCE continuará a seguir uma abordagem dependente de dados e reunião por reunião para determinar o nível e a duração apropriados da restrição”, disse o BCE em um comunicado. “O Conselho do BCE não está se comprometendo previamente com uma trajetória de juros específica.”