O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos segue com um ritmo de crescimento robusto e deixa em alerta os economistas que esperavam um número mais brando para conseguir cravar uma queda mais acentuada dos juros americanos no próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve.
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De acordo com números do Departamento de Comércio divulgados nesta quarta-feira (30), o PIB cresceu a uma taxa anualizada de 2,8% no terceiro trimestre. A estimativa de economistas consultados pela Reuters era de um avanço semelhante ao visto no segundo trimestre.
Apesar do número ter vindo ligeiramente abaixo da mediana das estimativas, ele ainda é considerado um ritmo de crescimento capaz de pressionar a inflação e frear o ritmo de queda dos juros americanos. Para o Fed, um crescimento de 1,8% seria o necessário para manter características inflacionárias sob controle.
Reta final
Na semana que vem, os norte-americanos vão às urnas para escolher o seu novo presidente. A votação, marcada para o dia 5 de novembro, terá Kamala Harris, atual vice-presidente, e Donald Trump, ex-presidente, na disputa. A questão econômica é um ponto central em ambas as candidaturas.
Com o número de hoje e as revisões mais otimistas para o crescimento dos trimestres anteriores, os investidores passam a ver pouco espaço para que o Federal Reserve siga com um ritmo acelerado de corte de juros.
Em setembro, o Fomc reduziu a taxa de juros em 0,50 ponto percentual. Os dados da economia americana, no entanto, seguem mostrando grande resiliência, deixando espaço para que os juros se mantenham mais elevados para combater um eventual rebote da inflação.
Para Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest, o número indica uma economia resiliente, mas não tão aquecida. “Essa situação continua em linha com a abordagem recente do FED, que tem implementado cortes graduais na taxa de juros para promover um crescimento sustentável e controlar pressões inflacionárias, evitando uma desaceleração excessiva”, explica.
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Não é apenas o PIB que mostra resiliência. Números do mercado de trabalho também apontam para uma atividade econômica aquecida. “O movimento tende a fazer com que o Fed não demonstre muita clareza quanto aos próximos passos, mas que siga defendendo a ideia de uma decisão que continuará sendo influenciada por cada indicador, trazendo, assim, muita volatilidade para o mercad”, acredita Sidney Lima, Analista CNPI da Ouro Preto Investimentos.
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