O IPCA-15, considerado a prévia do indicador oficial de inflação, é mais um de uma série de indicadores que apontam para uma elevação dos preços mais aquecida do que o esperado. De acordo com o número divulgado hoje (24) pelo IBGE, o índice subiu 0,54% frente ao mês anterior, acima da mediana de expectativas do mercado, que era de 0,50%.
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Em setembro o avanço foi de 0,13%. Com o resultado de outubro, o IPCA-15 acumula alta de 3,71% em 2024 e 4,47% nos últimos 12 meses. A alta de outubro é o maior avanço para o mês desde outubro de 2020.
O principal impacto inflacionário veio do grupo de Habitação que, sozinho, correspondeu a 0,26 ponto percentual do total. O principal vilão foi o preço da energia elétrica residencial, com a elevação da bandeira tarifária para o patamar dois da vermelha. O aumento nos preços foi de 5,29%, ante a 0,84% registrado em setembro.
Em contrapartida, a queda nos preços das passagens aéreas tiveram um impacto negativo de 0,10 p.p. Para Étore Sanchez, da Ativa Investimentos, os números apresentados são qualitativamente desfavoráveis para a trajetória da inflação.
Segundo ele, o cenário reforça a visão de que o Banco Central deve acelerar o ritmo de alta da Selic para 0,50 p.p — o que já vem sendo precificado pelo mercado desde a divulgação da última ata do Comitê de Política Monetária (Copom).
O IPCA-15 é considerado uma prévia da inflação por adiantar comportamentos dos diversos setores da economia brasileira para o indicador completo.
“Para o IPCA “fechado” de outubro, devido à queda nas passagens aéreas, o efeito preliminar foi baixista, mas avaliamos que, após uma revisão minuciosa, deveremos chegar a uma projeção final superior aos 0,56% projetados ontem”, aponta Sanchez.
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