Já se passaram mais de 30 anos desde que o Trump Shuttle encerrou suas atividades, mas Donald Trump encontrou uma maneira de ganhar dinheiro fácil enquanto faz campanha: com a aviação.
Até o final de setembro, a campanha do ex-presidente e os comitês políticos que apoiam sua candidatura pagaram US$ 7,1 milhões (R$ 41 milhões) para os negócios de Trump, de acordo com registros da Comissão Eleitoral Federal (FEC). A maior parte desses pagamentos, US$ 5,9 milhões (R$ 34 milhões), foi pelo uso do Boeing 757 de 1991 de Trump. No total, 16 empresas pertencentes ao ex-presidente receberam dinheiro de seus comitês políticos por serviços que também incluem hospedagem, alimentação, transporte terrestre e estacionamento.
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Uma parte significativa desse montante provavelmente teve origem no dinheiro dos contribuintes. O Serviço Secreto, que precisa viajar com o ex-presidente e atual candidato à presidência, pagou US$ 1,6 milhão (R$ 9 milhões) à campanha de Trump por viagens aéreas até 30 de setembro. A campanha, por sua vez, paga à Trump Organization pelo uso de seu avião. Esse valor deve aumentar: a agência deve à Donald J. Trump for President 2024, Inc. mais US$ 2,9 milhões (R$ 16 milhões), de acordo com um registro da FEC. A campanha de Trump também paga a empresa do candidato pelo uso do avião.
Mar-a-Lago, o clube privado e residência de Trump em Palm Beach, na Flórida, tem sido seu segundo maior gerador de receita, arrecadando US$ 907.000 (R$ 5 milhões). Mais de 40% desse total foi pago pelo Comitê Conjunto de Arrecadação de Fundos Save America de Trump em um único dia de fevereiro pelo aluguel do clube e catering. O clube de golfe de Trump em Bedminster, Nova Jersey, onde ele reside durante o verão, recebeu US$ 106 mil (R$ 613 mil).
A maior parte dos pagamentos — 144 das 183 transações, totalizando US$ 5,5 milhões (R$ 31 milhões) — veio da campanha de Trump. Seu fundo de arrecadação (PAC), batizado de Save America, contribuiu com mais US$ 377 mil (R$ 2 milhões), enquanto três comitês de arrecadação conjunta que beneficiam sua campanha foram responsáveis pelo restante.
Esses US$ 7,1 milhões (R$ 41 milhões), é claro, não incluem os US$ 60 milhões (R$ 346 milhões) que Trump direcionou de seu PAC de liderança para cobrir despesas legais, embora isso certamente ajude a manter suas obrigações sob controle.Em uma declaração, Karoline Leavitt, secretária de imprensa da campanha, não abordou os pagamentos políticos de Trump para suas empresas.
“O presidente Trump se afastou de seu império imobiliário de bilhões de dólares para se candidatar ao cargo e abriu mão de seu salário do governo, tornando-se o primeiro presidente a realmente perder patrimônio líquido enquanto servia na Casa Branca”, disse Leavitt. “Ao contrário da maioria dos políticos, o presidente Trump não entrou na política por lucro — ele está lutando porque ama o povo deste país e quer fazer a América grande novamente.”
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Trump, é claro, não se afastou realmente de seus negócios enquanto estava no cargo. Na verdade, ele apenas colocou seus ativos em um truste revogável do qual era o único beneficiário.
Embora ele tenha renunciado ao seu salário, o pagamento anual de US$ 400 mil (R$ 2,3 milhões) era uma quantia insignificante em comparação com a quantia de dinheiro público que ele direcionou para seus negócios. E, embora seu patrimônio líquido tenha diminuído enquanto ele estava no cargo, isso foi mais resultado de suas decisões de investimento do que de qualquer sacrifício em nome da nação. Além disso, ele conseguiu alavancar seu capital político em um aumento muito maior após a Casa Branca, graças à sua participação majoritária no Truth Social.