A Spirit Airlines, uma das pioneiras do universo de companhias aéreas de baixo custo, entrou com pedido de recuperação judicial nesta segunda-feira, 18, após enfrentar uma longa série de prejuízos trimestrais, tentativas frustradas de fusões e dívidas prestes a vencer. A companhia vinha acumulando perdas apesar da forte demanda por viagens, devido a custos operacionais mais elevados e agora engrossa a lista de problemas do setor aéreo global.
As ações da Spirit, cuja negociação foi suspensa nesta segunda-feira, caem mais de 90% no ano.
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Os problemas da Spirit se agravaram após sua fusão planejada com a JetBlue Airways fracassar em janeiro. A isso se somou o impacto do problema nos motores Pratt & Whitney Geared Turbofan (GTF) da RTX, que paralisou muitas de suas aeronaves.
A companhia aérea listou ativos e passivos estimados entre US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões) de dólares e U$ 10 bilhões (R$ 57 bilhões) cada, segundo o processo judicial apresentado nesta segunda-feira. A Spirit firmou um acordo com seus “bondholders”, o que deve reduzir o total da dívida e dar maior flexibilidade financeira.
Como parte do processo de recuperação judicial nos EUA, denominado “Chapter 11”, a companhia recebeu um compromisso de investimento de US$ 350 milhões de bondholders. Eles também financiarão 300 milhões de dólares na modalidade “debtor-in-possession” (DIP), que, junto ao caixa disponível, deve apoiar a companhia no processo de recuperação judicial.
A empresa afirmou que continuará operando seus voos durante o processo e que os clientes podem fazer reservas e voar sem interrupções. A Spirit espera ser retirada da Bolsa de Valores de Nova York em breve e prevê sair da recuperação judicial no primeiro trimestre de 2025.