O movimento do dólar foi agitado na sexta-feira (13). Durante a manhã, a moeda americana chegou a avançar 1,13% e chegou a um máximo de R$ 6,077. Às 14:45 o Banco Central (BC) realizou um leilão surpresa de dólares no mercado à vista e vendeu US$ 845 milhões. Isso fez a taxa de câmbio recuar para R$ 6,008, um avanço de modestos 0,19%. Porém, no fim da tarde, o dólar voltou a subir para um fechamento de cerca de R$ 6,05, alta de quase 1% em relação à quinta-feira (12).
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O que justifica essa alta consistente do dólar apesar de o BC ter injetado quase US$ 900 milhões no mercado à vista e ter realizado dois leilões na quinta-feira (12), em que vendeu US$ 4 bilhões? O comportamento da taxa de câmbio expõe a incredulidade do mercado com relação ao ajuste das contas públicas.
Apesar das promessas do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de aprovação do pacote de cortes de gastos no Congresso antes do recesso, o mercado não parece convencido.
A desconfiança não é gratuita. As medidas de ajuste foram consideradas insuficientes quando anunciadas. Agora, durante a tramitação no Parlamento, elas enfrentam riscos de desidratação.
Na ausência de notícias positivas sobre o ajuste fiscal, o mercado seguirá considerando expectativas ruins para a inflação. E, consequentemente, para os juros, a atividade econômica e as contas do governo.
Ações
O Ibovespa (IBOV) fechou com queda de 1,16% a 124.582 pontos, menor nível desde 24 de junho. O índice registrou uma queda consistente e sistemática ao longo de todo o dia. Segundo Christian Iarussi, sócio da The Hill Capital, para além da alta dos juros, os investidores se ressentem da falta de certezas sobre o ajuste fiscal.
Iarussi avalia que o cenário internacional é igualmente negativo. “O enfraquecimento das bolsas internacionais e a volatilidade nos preços de commodities, como metais e petróleo, criaram um ambiente adverso que pressionou ainda mais ações de peso, como Vale e Petrobras”, diz ele.
O resultado foi uma queda gradual no Ibovespa, que encerrou o dia anulando ganhos recentes e refletindo o clima de cautela.
Próxima semana
Para a próxima semana, os mercados devem continuar atentos aos dados econômicos e às sinalizações dos bancos centrais. Nos Estados Unidos, a atenção estará voltada para novos dados de inflação e para a última reunião do Federal Open Market Committee (Fomc), que deverá reduzir os juros referenciais americanos em 0,25 ponto percentual.