A chinesa BYD (Build your dreams) está entrando na fase final de preparação para que a sua fábrica em Camaçari (BH) comece a funcionar. A expectativa é que os primeiros carros produzidos no Brasil estejam prontos em março de 2024. Os planos da companhia, no entanto, vão muito além da inauguração oficial.
Em evento realizado ontem (02) na futura fábrica, executivos da BYD anunciaram um motor que mescla tecnologia brasileira e chinesa — o novo motor flex para os modelos super híbridos, que irão rodar com etanol, combustível verde com um DNA 100% brasileiro. Os primeiros modelos a saírem de fábrica com a nova tecnologia devem estar prontos em agosto.
Segundo a BYD, o projeto contou com a colaboração de mais de 100 engenheiros chineses e brasileiros. Trabalhadores da unidade de Camaçari estão realizando intercâmbios na China para troca de experiências e aprimoramento de conhecimentos tecnológicos.
A companhia aponta que a tecnologia vai ser capaz de melhorar a eficiência dos modelos híbridos — que utilizam parte de um motor elétrico e parte de motor a combustão, hoje só com gasolina —, reduzindo a diferença de rendimento em relação à gasolina e garantindo um desempenho superior em diversas condições — não exemplificadas pela montadora.
“Estamos entusiasmados em produzir no Brasil o primeiro SUV híbrido plug-in ex, uma inovação que combina tecnologia de ponta e sustentabilidade. Com o início da produção em Camaçari, o complexo posiciona o Nordeste como um polo estratégico de inovação, sendo referência para a América Latina”, completa Alexandre Baldy, vice-presidente Sênior da BYD no Brasil e head comercial e marketing da BYD Auto.
No evento, Baldy afirmou que o Brasil terá uma fábrica de motores própria. O primeiro carro a utilizar a tecnologia será o BYD Song Pro, com motor 1.5. Já Stella Li, CEO da BYD Américas, apontou que o novo motor está em linha com o desejo de transformar a planta de Camaçari em um polo tecnológico semelhante ao do Vale do Silício e que foi uma promessa ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para concluir esse plano, a companhia chinesa aponta que irá contratar 20 mil pessoas até o fim de 2026: 10 mil delas em 2025, quando as duas primeiras fases de produção terão início, e mais 10 mil em 2026.
*A repórter viajou a convite da BYD