A CSN anunciou nesta quarta-feira uma série de projeções para seus negócios nos próximos anos e desistiu de continuar mirando em uma meta de redução de endividamento que prometia há vários trimestres entregar aos investidores.
A companhia que atua em aço, cimento, mineração, energia e logística desistiu da meta de obter uma relação de dívida líquida sobre Ebitda de 2,5 vezes até o final deste ano e agora passa a considerar como objetivo ter uma alavancagem “abaixo de três vezes” em 2025, segundo fato relevante ao mercado.
Leia também
Em novembro, o diretor financeiro da CSN, Antonio Marco Campos Rabello, já havia mencionado em conferência com analistas que o atingimento da meta de alavancagem de 2,5 vezes até o final deste mês estava “desafiador”, apesar do recebimento pela empresa de R$ 4,4 bilhões do grupo japonês Itochu pela venda de participação na mineradora do grupo, a CSN Mineração.
A CSN também reduziu projeção de investimento na operação de minério de ferro ao mesmo tempo em que elevou a estimativa de desembolsos em seus negócios de cimento.
A companhia cortou o orçamento de investimento em mineração de R$ 15,3 bilhões entre 2023 e 2028 para R$ 13,2 bilhões no período de 2025 a 2030. Os recursos serão usados em fase 1 de projeto de expansão de capacidade.
Já a previsão de investimento em cimento foi elevada de R$ 5 bilhões de reais para R$ 7,7 bilhões “em crescimento orgânico” que adicionará uma capacidade de 9 milhões de toneladas anuais para a empresa. O anúncio ocorre após fracasso na aquisição da Intercement, após meses de negociações.
A expectativa para a divisão de siderurgia ficou praticamente estável, passando de cerca de R$ 7,9 bilhões entre 2023 e 2028 para R$ 8 bilhões “até 2028”. Os recursos serão aplicados em “modernização de parque industrial, com potencial de gerar até R$ 2,8 bilhõe em Ebitda incremental até 2030”, afirmou a empresa.
A CSN reviu ainda a previsão de investimento total do grupo, substituindo a estimava de desembolsos de entre R$ 6 bilhões e R$ 7 bilhões entre 2025 e 2028 pelo intervalo fixo de 2025, quando projeta investir R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões. A expectativa de investimento deste ano foi cortada de R$ 6 bilhões para R$ 5,3 bilhões.
Produção
A CSN espera ter produção e compras de minério de ferro de terceiros de entre 42 milhões e 43,5 milhões de toneladas no próximo ano, passando a 43,5 milhões a 47,5 milhões em 2026 e 2027 e 50 milhões a 55 milhões em 2028. A expectativa é chegar a 2030 com um volume de 60 milhões a 65 milhões de toneladas de minério de ferro entre produção própria e compra de terceiros.
Enquanto isso, o custo da produção de minério é estimado em US$ 21,5 a US$ 23,00 em 2025. No terceiro trimestre, a CSN apurou um custo de mineração de US$ 19,20 por tonelada, o menor patamar dos últimos anos segundo balanço da empresa do período.
Em cimento, a CSN projeta vendas de 14 milhões de toneladas este ano, mas não informou expectativa para os próximos anos.
Já para a ferrovia Transnordestina, que teve novo trecho concluído recentemente, e segundo o governo federal, a CSN espera gerar até US$ 3,8 bilhões de Ebitda após o início das operações, estimado para 2027. A expectativa anterior era de geração de Ebitda de R$ 3,5 bilhões.
Com todos os projetos, a CSN afirmou que espera chegar em 2028 com um Ebitda “potencial e incremental” de R$ 9,3 bilhões.
No final do ano passado, a companhia divulgou como exercício de “sensibilidade” do Ebitda chegar ao final de 2028 com um Ebitda consolidado de R$ 19,6 bilhões a R$ 37,6 bilhões, dependendo do preço do minério de ferro ficar entre US$ 90,00 e US$ 150,00 a tonelada e da bobina a quente ser de US$ 550 a US$ 650,00 a tonelada.
Perto das 11h20, as ações da CSN exibiam queda de 0,51%, cotadas a R$ 11,64, enquanto o Ibovespa mostrava oscilação positiva de 0,14%.