A iniciativa “ Transitioning Industrial Clusters” (ou Pólos industriais de Transição Climática, em tradução livre) acaba de ganhar um super reforço durante a reunião anual do Fórum Econômico Mundial, realizada em Davos, na Suíça. Criada na COP26, em 2021, o programa agora conta com a participação de 16 países para atingir as suas metas — incluindo o Brasil.
Ao todo, 33 polos industriais compõem o projeto. A expectativa é que, juntos, eles sejam capazes de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 832 milhões de toneladas de CO₂ — uma quantia comparável às emissões anuais da Arábia Saudita. As reuniões começaram nesta segunda-feira (20) e se encerram na sexta-feira (24).
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Além do Brasil, o grupo agora também conta com a adição da da Austrália, Colômbia, Índia, Países Baixos, Arábia Saudita e Reino Unido. O objetivo é acelerar a implementação de infraestrutura de energia limpa nestas regiões.
Essa é a maior coalizão de empresas e instituições públicas co-localizadas comprometidas em reduzir emissões de gases de efeito estufa enquanto impulsionam o crescimento econômico. Além disso, os polos integrantes do projeto contribuem com US$ 492 bilhões (R$ 2,952 trilhões) para o produto interno bruto (PIB) e sustentam 4,3 milhões de empregos.
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O chefe do Centro de Energia e Materiais do Fórum Econômico Mundial, Roberto Bocca, afirmou que as ações tanto em nível individual dos polos quanto por meio de colaboração entre regiões podem viabilizar a implantação de boas infraestruturas. “Conectar polos industriais entre diferentes geografias impulsiona a transição energética e fortalecerá uma economia global mais sustentável”, disse o executivo.
Novos integrantes
A adição de cinco novos polos da Índia, uma das economias que mais cresce no mundo, de um polo na província de Saraburi, na Tailândia – epicentro da produção de concreto do país –, e de um polo na Austrália reflete o compromisso da iniciativa em promover o progresso na região Ásia-Pacífico.
A iniciativa também está fortalecendo sua rede de polos ancorados em portos ao adicionar Rotterdam, Gotemburgo e o Solent Cluster na Europa; os Portos do Açu e o Cartagena Industrial Cluster, os primeiros membros da América do Sul; e a Jubail Industrial City, o primeiro membro do Oriente Médio.
“Polos industriais líderes tratam a descarbonização como um destino coletivo, ou seja, um objetivo com potencial de impulsionar o crescimento dos negócios e reinventar a indústria”, afirmou Stephanie Jamison, Líder Global de Prática na Indústria de Recursos e Serviços de Sustentabilidade da Accenture.
O polo brasileiro, Port of Açu Low Carbon Hub, fica localizado no norte do estado do Rio de Janeiro e tem o seu foco voltado para o crescimento sustentável. Em operação desde 2014, conta com 22 empresas instaladas e 11 terminais privados.
Quem são os novos membros?
- Cartagena Industrial Cluster (Colômbia): conectado à maior zona industrial baseada em portos, esse polo industrial tem uma posição estratégica para se tornar um potencial na produção, armazenamento e distribuição de hidrogênio limpo e combustíveis de baixo carbono;
- Gopalpur Industrial Park (Índia): o parque industrial oferece um ecossistema exemplar para atrair investimentos em setores que utilizam tecnologia de ponta, incluindo energia verde;
- Hunter Region (Austrália): a região fomenta a colaboração entre setores para apoiar o crescimento da economia emergente de energia limpa por ser um centro de inovação e diversificação industrial;
- Jubail Industrial City (Arábia Saudita): Planejada desde 1975, a cidade industrial de Jubail promove sinergias entre indústrias co-localizadas para minimizar suas emissões de carbono;
- Kakinada Cluster (Índia): centro portuário em Andhra Pradesh que oferece soluções de descarbonização industrial, como amônia verde, hidrogênio e combustíveis sustentáveis para aviação;
- Kerala Green Hydrogen Valley (Índia): esse polo em Kerala é central nos esforços de descarbonização da Índia, ampliando o transporte movido a hidrogênio;
- Mundra Cluster (Índia): localizado em Gujarat, integra iniciativas de energia verde com infraestrutura para grandes projetos industriais;
- Mumbai Green Hydrogen Cluster (Índia): esse ponto industrial em Maharashtra acelera a economia de hidrogênio verde, conectando indústrias a fontes de energia sustentáveis;
- Porto do Açu Low Carbon Hub (Brasil): aproveitando a vantagem do Brasil em energia renovável e biocombustíveis, o polo oferece soluções de descarbonização para setores de difícil mitigação;
- Porto de Rotterdam (Países Baixos): o maior porto da Europa e líder em corredores de hidrogênio verde, conectando produção de energia renovável às indústrias europeias;
- Saraburi Sandbox (Tailândia): localizado na província de Saraburi, foca em soluções de energia limpa, reduzindo emissões do setor de cimento;
- The Solent Cluster (Reino Unido): buscando se tornar um centro líder em investimentos de baixo carbono, promove a economia regional e cria empregos no setor de energia limpa;
- Tranzero Initiative (Suécia): localizado em Gotemburgo, maior porto da Escandinávia, adota uma abordagem colaborativa para acelerar a transição para indústrias e transportes livres de combustíveis fósseis;
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