O Brasil encerrou 2024 com um saldo positivo de US$ 74,552 bilhões na balança comercial, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta segunda-feira (06), um recuo de 24,6% em relação ao ano anterior, mas, ainda assim, o segundo melhor resultado da história.
Também nesta segunda, o MDIC apresentou sua projeção para o saldo comercial em 2025, prevendo um resultado positivo de US$ 60 bilhões a 80 bilhões.
Leia também
Com a apresentação de uma faixa mais ampla para a projeção, e não de um número específico como usualmente acontecia, não permite concluir se o governo espera um resultado melhor ou pior neste ano, na comparação com 2024.
Pelas projeções do MDIC, este ano deve ser encerrado com exportações entre 320 bilhões e 360 bilhões de dólares, enquanto as importações ficariam entre US$ 260 bilhões e 280 bilhões. A pasta ainda projetou uma corrente de comércio — soma das exportações e importações — de US$ 580 bilhões a 640 bilhões.
“Essa expectativa do começo do ano é menos precisa, então divulgamos uma faixa… Assim que fecharmos o primeiro trimestre, vamos divulgar os valores pontuais”, disse o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão.
Brandão ressaltou que a taxa de câmbio influencia os resultados comerciais, mas seu patamar ainda é incerto. Ele acrescentou que a economia mundial deve crescer e buscar mais bens brasileiros neste ano, com destaque para carne, soja e milho.
2024
O superávit de US$ 74,6 bilhões da balança comercial brasileira em 2024 ficou acima das previsões do governo. O MDIC projetava um saldo positivo de US$ 70,4 bilhões para o saldo anual, em estimativa informada em outubro.
O dado do ano passado reflete um valor de US$ 337,036 bilhões em exportações e de US$ 262,484 bilhões em importações.
As exportações em 2024 ficaram 0,8% abaixo do resultado do ano anterior, consequência de um recuo nos preços dos produtos, que anulou ganhos no volume embarcado. Já as importações subiram 9,0% em relação ao verificado em 2023, com o maior volume já registrado nas compras de bens de capital, voltados a investimentos.
No recorte por setores, as vendas do Brasil ao exterior cresceram com mais força na indústria de transformação (+2,7%), seguida da indústria extrativa (+2,4%). Por outro lado, as exportações da agropecuária caíram 11,0%, com uma queda de 11,6% nos preços dos produtos mais que compensando o ganho de 0,7% no volume embarcado.
No ano, o petróleo liderou pela primeira vez a pauta exportadora do país, somando US$ 44,8 bilhões (+5,2%), ou 13,3% do total exportado, e ultrapassando a soja, que fechou 2024 com valor de US$ 42,9 bilhões (-19,4%), ou 12,7% dos embarques.
Para Brandão, no entanto, é possível que a soja retorne à primeira posição das exportações em 2025, considerando perspectivas de recuperação da safra agrícola e melhora na cotação do produto.
Em relação aos destinos das exportações, houve recuo nos embarques para a Ásia, com destaque para uma queda de 9,3% nas vendas à China, que ainda se manteve como o principal comprador do país. As vendas para países da América do Sul também caíram (-14,0%)
Por outro lado, houve alta nas exportações para Europa (+4,0%), América do Norte (+6,2%), Oriente Médio (+19,3%) e África (+20,5%).
Dezembro
Os dados da pasta mostraram ainda que o saldo comercial registrado em dezembro foi de US$ 4,803 bilhões. O desempenho foi resultado de exportações de US$ 24,905 bilhões, contra importações de US$ 20,101 bilhões.
Pesquisa da Reuters com economistas apontava expectativa de saldo positivo de US$ 3,9 bilhões para o período.