Desde dezembro, o dólar à vista parece ter se consolidado acima do patamar dos R$ 6, juntando duas preocupações principais: os rumos fiscais do país e o temor de que as políticas protecionistas de Donald Trump tivessem um impacto inflacionário relevante.
A posse do novo presidente, na última segunda-feira (20), no entanto, não trouxe novidades sobre tarifas de importação. Trump, aliás, amenizou o seu discurso ao dizer que estuda uma saída mais pacífica com o seu principal adversário, a China.
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Com isso, o dólar recuava mais de 1,5% nesta tarde. Por volta das 14h, o recuo era de 1,68%, aos R$ 5,9200.
Donald Trump x posições defensivas
Ao longo de toda a sua campanha, Donald Trump ameaçou países como China, Canadá e México com a imposição de fortes tarifas protecionistas, por mais que fosse avisado de que as consequências poderiam ser uma maior inflação americana e elevar as taxas de juros no país.
Agora, que tarifas não estiveram inclusas em seus primeiros atos como presidente, os investidores desmontam suas posições defensivas, apostando em um Trump mais “brando” em seu protecionismo.
Até agora, a única coisa concreta foi uma orientação para que as agências federais investiguem os déficits comerciais dos EUA e potenciais práticas comerciais injustas de parceiros.
As ameaças seguem existindo, incluindo para países da União Europeia, mas diante de poucas atitudes concretas, o mercado opta pela cautela com relação ao real impacto de eventuais medidas.
O Dollar Index – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía apenas 0,01%, a 108,130, mas rondava seus menores valores em três semanas.
No Brasil, poucas novidades em relação ao cenário fiscal. O que foi ventilado pela imprensa até o momento é que novas medidas fiscais podem ser anunciadas no futuro. Mas, até que o recesso parlamentar se encerre em fevereiro, pouco pode ser feito sobre o tema.