Bom dia. Estamos na quarta-feira, 29 de janeiro.
Cenários
Nesta quarta-feira (29) encerram-se as primeiras reuniões de 2025 do Comitê de Política Monetária (Copom) e de seu equivalente americano, o Federal Open Market Committee (Fomc). O mais provável é que ambos tomem decisões parecidas com formatos diferentes. Ou seja, ambos deverão sinalizar um endurecimento na política monetária. O Copom por meio de uma elevação de um ponto percentual na taxa referencial Selic, para 13,25% ao ano, e o Fomc suspendendo os cortes de juros e mantendo os Fed Funds referenciais na faixa entre 4,25% e 4,50%.
Leia também
No entanto, os cenários são diferentes. Por aqui, as expectativas são de piora do cenário de inflação. A edição mais recente do Relatório Focus mostra uma elevação do IPCA esperado para 2025. A estimativa subiu para 5,50%, ante os 4,96% de quatro semanas atrás.
Já nos Estados Unidos, apesar de os preços seguirem em alta, as perspectivas são menos positivas do que há alguns meses. A confiança do consumidor americano caiu repentinamente em janeiro para o nível mais baixo em quatro meses, em parte devido ao pessimismo renovado sobre o mercado de trabalho e as perspectivas para a economia em geral.
Aumentaram as reclamações de que está mais difícil conseguir emprego, enquanto diminuíram as expectativas de aumento salarial e o número de pessoas que afirmam que as condições de negócios são boas. As pesquisas mostram que os desempregados estão levando mais tempo para encontrar trabalho.
Perspectivas
As decisões quantitativas sobre os juros já foram amplamente antecipadas pelo mercado. Não se esperam surpresas. E, se elas vierem, deverão provocar uma volatilidade intensa nos preços. O que os investidores realmente aguardam são as declarações das autoridades monetárias no pós-reunião.
No caso do Brasil, a dúvida é se o Comunicado divulgado após a reunião vai manter ou não o “guidance” de mais um aumento de um ponto percentual na Selic em maio, e se o Banco Central (BC) continuará adotando uma postura rígida com relação ao desequilíbrio das contas públicas. Já nos Estados Unidos, o que os investidores querem ver é a entrevista coletiva concedida por Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (FED), o banco central americano, e sua avaliação sobre o estado da economia no início do governo Trump.
Há uma convicção razoável no mercado de que o segundo governo Trump começou com uma postura menos agressiva com tarifas do que as declarações de campanha antecipavam. No entanto, a única coisa previsível em Trump é sua imprevisibilidade. Incerteza eleva riscos, o que altera preços. Até onde isso pode ser inflacionário na percepção do FED é o mais aguardado pelos investidores.
Indicadores
- Brasil
Reunião do Copom
Comunicado do Copom
- Estados Unidos
Reunião do Fomc
Declaração do Fomc
Entrevista de Jerome Powell