
A companhia aérea Azul divulgou nesta segunda-feira (24) lucro operacional do quarto trimestre ligeiramente acima das expectativas do mercado e disse estar otimista em relação a este ano, após um 2024 desafiador marcado por uma grande reestruturação de dívida da empresa.
O lucro da companhia aérea antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) atingiu R$ 1,95 bilhão no período de outubro a dezembro, aumento de 33% em relação ao mesmo período do ano anterior, ajudado por maiores tráfego de passageiros e ocupação de aeronaves. Analistas consultados pela Lseg esperavam, em média, Ebitda de R$ 1,91 bilhão no trimestre.
“A combinação de um real brasileiro enfraquecido, as enchentes no Rio Grande do Sul, problemas significativos com OEMs (fabricantes de equipamentos) e com a cadeia de suprimentos, e preços de combustível mais altos do que o esperado, criaram um ano muito desafiador”, disse o presidente-executivo da Azul, John Rodgerson em comunicado.
O Ebitda da Azul no ano atingiu R$ 6,07 bilhões, em linha com a perspectiva divulgada anteriormente pela Azul de mais de R$ 6 bilhões.
A receita líquida subiu 10,2% no quarto trimestre, para R$ 5,54 bilhões, enquanto os analistas esperavam R$ 5,62 bilhões.
A Azul concluiu recentemente uma grande reestruturação que incluiu o cancelamento de quase US$ 1,6 bilhão em dívidas, enquanto também levantou US$ 525 milhões em dinheiro novo.
A empresa está agora de olho em uma possível combinação de negócios com a rival Gol, que criará uma companhia aérea dominante no Brasil, detendo cerca de 60% do mercado doméstico.
“Estamos bem posicionados porque terminamos todas as nossas renegociações, então eu acho que nós podemos focar muito mais na operação. O que eu diria é ‘back to basics’, voltar para a basicão, entregar o produto que o mercado conhece da Azul”, disse Rodgerson em entrevista à Reuters.
“Eu acho que não fizemos nosso melhor no ano passado, porque nós tivemos que sobreviver. Agora que nós estamos vivos, é voltar ao que nós éramos”, acrescentou.