
Em uma sessão de liquidez reduzida em função de feriado nos Estados Unidos, o dólar oscilou em margens estreitas no Brasil e encerrou esta segunda-feira (17) em leve alta, novamente acima dos R$5,70. Enquanto no exterior a moeda americana tinha sinais mistos ante as demais divisas. Já o Ibovespa teve novo recorde registrado, endossado pela queda nas taxas dos contratos de DI e com a elevação de algumas ações, em especial, a do Magazine Luiza, que aumentou mais de 7%.
O dólar à vista fechou em alta de 0,27%, aos R$5,7128, após ter encerrado a sexta-feira (14) em R$5,6974. Somente neste ano, a divisa acumula queda de 7,54% diante do real. O Índice Bovespa, por sua vez, fechou a 128.552,13 pontos, uma alta de 0,26%, após movimentar R$18,66 bilhões em pregão.
IBC-Br
O feriado do Dia dos Presidentes, nos EUA, fez com que o mercado brasileira se atentasse apenas à agenda doméstica, a qual previa a divulgação do o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). Considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), o indicador caiu 0,7% em dezembro ante novembro, em dado dessazonalizado. O resultado foi bem pior do que a expectativa em pesquisa da Reuters, de recuo de 0,4%.
Foi o desempenho mensal mais fraco desde maio de 2023 (-1,72%), levando o índice a fechar o quarto trimestre com estagnação na comparação com os três meses anteriores, em dado dessazonalizado.
Embora tenha sido o gatilho para a queda firme das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) nesta segunda, o IBC-Br pouco influenciou as cotações do dólar, que oscilou em margens estreitas, sem motivos para ajustes mais fortes.
“Tivemos um dia de feriado nos Estados Unidos, que sempre diminui a liquidez, reduz os negócios. É um dia de dólar ‘de lado’, tentando acompanhar o movimento do exterior, onde a moeda está levemente valorizada ante algumas divisas pares do real”, avaliou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora Jefferson Rugik.
Também divulgado pela manhã, o boletim Focus do BC mostrou que a mediana das projeções do mercado para o dólar no fim de 2025 seguiu em R$6,00, com uma taxa básica Selic projetada em 15% no final do ano. Atualmente a Selic está em 13,25% ao ano.
Destaques
– MAGAZINE LUIZA ON avançou 7,86%, em pregão de modo geral mais positivo para ações sensíveis a juros, dado o declínio nas taxas dos DIs. O índice do setor de consumo fechou em alta de 0,94%.
– RAÍZEN PN subiu 4,52%, distanciando-se da mínima mais cedo, quando caiu mais de 7%, após reportar na sexta-feira (14) prejuízo líquido de R$2,57 bilhões no terceiro trimestre da safra 2024/25 (outubro/dezembro).
– ITAÚ UNIBANCO PN subiu 0,2%, em dia positivo para o setor como um todo. BRADESCO PN avançou 0,16%, BANCO DO BRASIL ON teve elevação de 1,43% e SANTANDER BRASIL UNIT ganhou 0,19%.
– PETROBRAS PN encerrou com acréscimo de 0,61%, ajudada pela alta do petróleo no exterior. A CEO da estatal, Magda Chambriard, disse nesta segunda que a companhia pretende contratar mais 44 embarcações até 2026 e “muito mais” até 2029.
– VALE ON cedeu 0,54%, enfraquecida pelo declínio dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange fechou o dia com declínio de 0,92%.
– JBS ON recuou 2,77%, em dia negativo para exportadoras, mesmo com a leve alta do dólar ante o real. WEG ON perdeu 2,51% e SUZANO ON encerrou o dia com declínio de 1,77%.
– BB SEGURIDADE ON caiu 2,26% antes da divulgação do balanço nesta segunda-feira, após o fechamento. Com base em dados de dezembro da Susesp, o Safra previu que a empresa deve mostrar lucro de cerca de R$2,17 bilhões no quarto trimestre.
– MÉLIUZ ON, que não faz parte do Ibovespa, desabou 14,50%, após o banco BV decidir não exercer a opção de compra das ações da empresa. Também houve ajustes no acordo comercial entre ambos e foram atualizadas as diretrizes de 2025.
– SERENA ON, que também não faz parte do Ibovespa, caiu 1,13%, após quatro altas seguidas e um começo mais positivo no dia. A companhia divulgou que ela e seus principais acionistas têm sido abordados com maior frequência por investidores.