Depois de chegar a superar os R$5,81 no início do dia, o dólar perdeu força no Brasil e fechou praticamente estável, refletindo a queda firme da moeda americana no exterior e a baixa dos rendimentos de Treasuries, em meio às preocupações em torno da economia dos EUA. Internamente, a queda de juros nos Depósitos Interfinanceiros (DIs) e o bom desempenho das ações da Vibra contribuíram para que o Ibovespa voltasse a registrar alta. Ao final do dia, o índice acumulou 125.979,50 pontos, com elevação de 0,46%. O dólar à vista fechou em leve baixa de 0,04%, aos R$5,7525.
A cotação mais alta impulsionou a venda da moeda, mas teve como consequência sua perda de força ante o real. Além disso, o sinal vindo do exterior era negativo, com os mercados globais reagindo a dados fracos de confiança do consumidor dos Estados Unidos e à queda firme dos rendimentos dos Treasuries, em meio aos receios em torno da política tarifária do governo de Donald Trump. Esse enfraquecimento esteve em sintonia com o avanço firme do Ibovespa na B3, embora no mercado de DIs o cenário fosse mais complexo, com baixa de taxas na ponta curta da curva a termo e alta na longa.
Dados do Dia
Pela manhã o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 — considerado uma espécie de prévia para a inflação oficial — subiu 1,23% em fevereiro, maior taxa desde abril de 2022 (+1,73%), mas abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 1,33%.
No mercado, a expectativa de elevação de 100 pontos-base da Selic em março segue quase unânime, mas há dúvidas sobre o que o Banco Central fará em maio, na reunião seguinte para definição de juros.
“O aumento do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, projetado para aumentar ainda mais até o meio do ano, tem contribuído para a valorização do real frente ao dólar nas últimas emanas”, lembrou André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, em comentário enviado a clientes.
Outro indicador publicado foi o índice de confiança do consumidor dos Estados Unidos. Segundo relatório do The Conference Board, número caiu de 105,3, em janeiro, para 98,3 em fevereiro. Dessa forma, o mês registra o maior declínio mensal dos últimos quatro anos.
