
O Ibovespa registrou novo recorde no ano, com seu patamar passando dos 128 mil, em dia marcado pela alta significativa nas ações das blue chip Petrobras e pela queda dos juros futuros. As ações PN e ON da Petrobras tiveram alta de 3,08% e 3,60%, respectivamente. Os papéis da petrolífera só não ultrapassaram o volume financeiro da Vale, que chegaram a R$ 2,8 bilhões, contra 1,9 bilhão da estatal de Petrobras. Já o dólar fechou esta sexta-feira (14) em baixa superior a 1%, ficando abaixo dos R$5,70. O movimento foi em sintonia com o seu recuo firme no exterior, após o governo Trump adiar a cobrança de tarifas recíprocas de importação e a divulgação de dados que mostraram retração do varejo dos EUA em janeiro.
A divisa americana à vista fechou em queda de 1,22%, aos R$5,6974 — a menor cotação de fechamento desde 7 de novembro de 2024, quando encerrou em R$5,6759. Só nesta semana, o dólar teve queda de 1,22%, acumulando no ano recuo de 7,79%. Ao chegar aos 128.218,59, uma alta de 2,70%, o índice Bovespa superou a marca do dia 11 de dezembro de 2024. Ao longo desta semana, o avanço total foi de 2,89%, já no ano, é de 6,6%.
Adiamento Não Caiu Bem
Na quinta (13), Donald Trump detalhou um roteiro para aplicar tarifas de reciprocidade contra qualquer país que imponha impostos sobre produtos americanos. No entanto, as taxas não entraram em vigor, o que foi visto pelo mercado como uma estratégia do presidente dos EUA para iniciar negociações comerciais com outros países. Essa análise pesou sobre os rendimentos dos Treasuries e sobre o dólar em todo o mundo.
“Com o discurso um pouco mais leve de Trump e a compreensão de que a guerra comercial seria prejudicial, o mercado avalia que talvez este cenário [de tarifas mais altas] não ocorra tão rapidamente”, Fabrício Voigt, economista da Aware Investments.
O recuo do dólar se intensificou após o Departamento do Comércio dos EUA informar que as vendas no varejo caíram 0,9% em janeiro, depois de um aumento revisado para cima de 0,7% em dezembro. Economistas consultados pela Reuters previam que as vendas no varejo, que são em sua maioria mercadorias e não são ajustadas pela inflação, cairiam apenas 0,1%.
Aprovação de Lula
Diante da queda da aprovação do governo Lula, de 35%, em dezembro de 2024, para 24% neste mês, a pressão de baixa para o dólar aumentou. De acordo com a pesquisa feita pelo Datafolha, a reprovação subiu para 41% contra 34% em dezembro. Os 29% que consideravam o governo “regular” no fim do ano passado passaram para 32%
Para os especialistas ouvidos pela Reuters, o dólar caiu ainda mais com a avaliação, já que parte do mercado avalia que a queda da aprovação do petista significa menos chances de reeleição em 2026. Lula é visto por muitos como um presidente incapaz de promover os ajustes fiscais necessários no governo. Um dos profissionais entrevistados, no entanto, ponderou que ainda é muito cedo para imaginar uma derrota do atual presidente na próxima eleição.