
O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, tendo as ações da Gerdau entre os maiores ganhos, com analistas avaliando os reflexos de potenciais tarifas sobre o aço prometidas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,76%, a 125.571,81 pontos. O dólar à vista apresentou leve queda de 0,12%, aos R$ 5,78.
Na visão do analista de investimentos Alison Correia, cofundador da Dom Investimentos, a bolsa teve uma sessão de correção do mau humor que tomou conta no pregão no final da sexta-feira, quando o Ibovespa fechou em queda de 1,27%.
Ele chamou a atenção para as novas ameaças tarifárias de Trump, mas avaliou que o mercado parece ter optado por adotar uma postura de esperar para ver, embora Gerdau tenha se destacado uma vez que pode se beneficiar das medidas se confirmadas.
No domingo, Trump prometeu anunciar nesta segunda-feira tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio para os EUA, que se somariam às tarifas existentes sobre metais, em outra escalada de sua revisão da política comercial do país.
Até o fechamento da bolsa, porém, não houve qualquer anúncio ou decreto envolvendo o tema.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo vai aguardar a eventual oficialização de novas medidas de Trump para posteriormente se manifestar. Ele negou notícia sobre taxação de empresas de tecnologia em retaliação.
Destaques corporativos
– GERDAU PN avançou 5,21%, uma vez que pode se beneficiar da medida sinalizada por Trump para aço, pois tem parte relevante das suas operações nos EUA. No setor, CSN ON subiu 1,45% e USIMINAS PNA fechou em alta de 2,14%. Ainda no radar, Anfavea divulgou que as vendas de veículos cresceram 6% em janeiro ante o mesmo período de 2024 e a produção teve avanço de 15,1% na mesma comparação.
– COGNA ON subiu 5,92%, ajudada por relatório de analistas do Santander elevando a recomendação para as ações para “outperform”, citando entre os argumentos que o grupo de educação deve mostrar momentum forte nos resultados nas próximas temporadas de resultados. No setor, equipe do Santander destacou, contudo, que a sua principal escolha continua sendo YDUQS ON, que fechou em alta de 3,62%.
– SÃO MARTINHO ON encerrou em queda de 1,29%, abandonando os ganhos da abertura, em meio à análise da queda de 25% no lucro no terceiro trimestre da safra 2024/25, mas avanço de 50,4% no Ebitda ajustado, a R$1,06 bilhão. O CFO disse que o grupo, um dos maiores na produção de açúcar e etanol do Brasil, indicou nesta segunda-feira que está otimista com a sua próxima safra de cana-de-açúcar (2025/26), a partir de abril.
– BTG PACTUAL UNIT caiu 1,77%, após trocar de sinal algumas vezes durante o dia, tendo no radar resultado do último trimestre, que mostrou lucro líquido ajustado recorde de R$3,276 bilhões, mas um pouco abaixo das previsões no mercado. Analistas, porém, consideraram os números sólidos, enquanto executivos do banco esperam continuidade da expansão do ROAE neste ano, mesmo enxergando um cenário macro mais difícil.
– ITAÚ UNIBANCO PN subiu 1,09% e BRADESCO PN apurou variação positiva de 0,08%, enquanto SANTANDER BRASIL UNIT caiu 0,98%. Os três já reportaram seus resultados trimestrais. BANCO DO BRASIL ON, que ainda não divulgou o balanço do quarto trimestre e de 2024, encerrou com acréscimo de 0,14%.
– PETROBRAS PN subiu 0,68%, favorecida pelo avanço dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou com elevação de 1,62%, a US$75,87.
– VALE ON avançou 1,04%, endossada pela alta dos contratos futuros de minério de ferro na China, em meio a sinais de recuperação da demanda naquele país e pela redução dos embarques dos principais fornecedores. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações do dia com alta de 0,79%, a 826,5 iuanes (US$113,16) a tonelada, o maior valor desde 10 de dezembro de 2024.
– AUTOMOB ON saltou 16%, em dia de recuperação, após quatro quedas seguidas, período em que acumulou um declínio de quase 22%. Na última sexta-feira, a ação fechou a R$0,25, menor preço desde que começou a ser negociada na bolsa em meados de dezembro. Na máxima intradia desde a sua listagem, o papel chegou a R$0,91.