A atividade de serviços no Brasil apresentou forte piora no início do ano e registrou retração pela primeira vez em quase um ano e meio em janeiro, devido à queda na demanda e à intensificação das pressões inflacionárias, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI).
O levantamento divulgado nesta quarta-feira (5) pela S&P Global mostrou queda do índice para 47,6 em janeiro, ante 51,6 em dezembro. O número é abaixo do 50, o qual separa o crescimento da contratação, algo que não acontecia desde setembro de 2023.
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Esse é o nível mais baixo para o PMI de serviços desde abril de 2021, resultado de um novo declínio na entrada de novos negócios, o que levou as empresas a reduzirem a produção no ritmo mais forte também desde abril de 2021.
A fraqueza da demanda e o consequente declínio na entrada de novos negócios foram apontados pelos participantes da pesquisa como as principais causas da perda de força do setor.
A contração das vendas em janeiro foi moderada, segundo a pesquisa, mas ainda assim a mais intensa em quase quatro anos.
Além disso, os custos de insumos e os preços de produção avançaram na taxa mais intensa em dois anos e meio. A valorização do dólar, os preços internacionais mais altos e o mercado interno maios inflacionado incentivaram a elevação.
Os únicos pontos positivos na pesquisa foram um leve aumento no emprego e a melhora na confiança, após ter atingido a menor marca em 43 meses, em dezembro.
O otimismo em janeiro foi sustentado por expectativas de uma tendência melhor para a demanda e condições econômicas mais favoráveis. Alguns entrevistados também projetaram que a diversificação e novos processos de prospecção podem ajudar na recuperação.
O emprego avançou pelo terceiro mês seguido em janeiro, mas o ritmo de criação de vagas foi marginal, com menos de 7% das empresas consultadas citando um número mais alto de funcionários.
Apesar de a atividade industrial do Brasil ter mostrado ligeira melhora em janeiro, o PMI Composto também entrou em território de contração devido ao desempenho da atividade de serviços, caindo de 51,5 em dezembro para 48,2, nível mais baixo desde abril de 2021.