
O presidente Donald Trump disse na quarta-feira (19) que sua administração está considerando um plano para enviar 20% das economias geradas pelo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), liderado por Elon Musk, para os americanos. Ele demonstrou interesse na proposta depois que Musk afirmou na terça (10) que perguntaria ao presidente sobre a ideia de conceder aos contribuintes cheques de reembolso no valor de US$ 5.000 (R$ 28.900) em “dividendos DOGE”.
Trump afirmou que o plano está “em consideração” e destacou que 20% das economias geradas pelo DOGE seriam destinadas aos contribuintes, enquanto outros 20% seriam usados para reduzir a dívida. Ele não detalhou quando o plano poderia ser implementado ou quanto cada americano poderia receber, mas Musk mencionou na terça-feira uma proposta sugerindo que o DOGE poderia gerar US$ 2 trilhões (R$ 11,56 trilhões) em economia.
Parte desse valor poderia então ser reembolsada para os “aproximadamente 79 milhões de lares nos EUA que serão pagadores líquidos do imposto de renda federal” por meio de cheques de US$ 5.000 (R$ 28.900) após a expiração do DOGE em julho de 2026. Se o departamento atingisse os US$ 2 trilhões (R$ 11,56 trilhões) em economia, US$ 400 bilhões (R$ 2,31 trilhões) seriam destinados à dívida nacional de US$ 36 trilhões (R$ 208,08 trilhões) dentro do plano de dividendos DOGE.
A economia do DOGE
Trump disse na quarta-feira que “os números são incríveis” e estimou o valor na casa das “centenas de bilhões”. Isso está bem acima da própria estimativa do DOGE, cujo site afirma que a agência economizou cerca de US$ 55 bilhões (R$ 317,9 bilhões) por meio de “detecção e eliminação de fraudes, cancelamento e renegociação de contratos e arrendamentos, vendas de ativos, cancelamento de subsídios, redução da força de trabalho, mudanças programáticas e economia regulatória”.
No entanto, o departamento de Musk aparentemente cometeu pelo menos um grande erro contábil ao relatar as economias que afirma ter gerado. Recentemente, declarou ter encontrado US$ 8 bilhões (R$ 46,24 bilhões) em economia a partir de um contrato da agência de Imigração e Fiscalização Alfandegária, mas uma versão recente do contrato, segundo o New York Times, na verdade listava seu valor como US$ 8 milhões (R$ 46,24 milhões).
Problemas com a Justiça
Os esforços do DOGE para reduzir os gastos do governo e diminuir a força de trabalho federal enfrentaram vários processos judiciais. A agência liderada por Musk teve algumas vitórias na última semana. Na terça-feira, a juíza distrital dos EUA Tanya Chutkan negou um pedido de 14 procuradores-gerais estaduais para impedir o departamento de acessar dados federais ou demitir funcionários públicos.
Já na segunda-feira (9), o juiz distrital Randolph Moss, nomeado durante o governo Obama, recusou um pedido para bloquear o DOGE de acessar dados de empréstimos estudantis ou remover qualquer informação já obtida. Ele argumentou que não há evidências de que esse acesso levaria à “divulgação de informações pessoais sensíveis” dos mutuários.
Nos tribunais, o governo Trump tem tentado minimizar o poder de Musk, apesar de relatos e comentários do próprio bilionário sugerirem que ele tem influência significativa sobre os cortes que estão sendo feitos no governo federal.