
Há novidades na bolsa brasileira. Nesta quinta-feira (27), a B3 divulgou que assinou Memorandos de Entendimento (MoUs) com as bolsas de valores de Xangai (Shanghai Stock Exchange – SSE) e de Shenzhen (Shenzhen Stock Exchange – SZSE), na China, para permitir a conectividade de Exchange-traded fund (ETFs) entre os dois países, por meio do programa ETF Connect.
Ou seja, a nova possibilidade permite ampliar as oportunidades de investimento através de ETFs listados reciprocamente entre a China e o Brasil.
A modalidade foi viabilizada por meio desses memorandos assinados, no ano passado, entre a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC).
A China já possui 18 ETFs lançados em parcerias semelhantes com outros mercados asiáticos como Japão, Singapura e Hong Kong. O Brasil é o primeiro país fora do continente a viabilizar o ETF Connect.
“Reforçamos a atuação da bolsa do Brasil como uma ponte entre a América Latina e o continente asiático, ao oferecer alternativas de diversificação internacional para investidores institucionais e pessoas físicas”, disse o CEO da B3, Gilson Finkelsztain.
Mais acesso ao mercado de capitais
Para melhor funcionalidade, as gestoras de ativos de ambos os países atuarão em conjunto para a listagem dos novos ETFs. Até o momento, Bradesco Asset Management e Itaú Asset Management estão em negociação junto a contrapartes da China para viabilizar participação no programa.
O diretor da Bradesco Asset Management, Ricardo Eleuterio, afirma que esse projeto é uma maneira de expandir a presença mundial e aumentar a atratividade do mercado de capitais brasileiro. “A sinergia entre Brasil e China, reforçada pelo programa ETF Connect, não só atende às demandas atuais de diversificação dos investidores, mas também cria oportunidades de longo prazo”, diz o executivo.
Segundo a declaração conjunta emitida pelos presidentes dos dois países em 20 de novembro de 2024, o ETF Connect também foi impulsionado pela decisão dos governos do Brasil e da China de priorizar a cooperação em finanças.
“Vamos conectar investidores de dois países que ocupam papéis relevantes no cenário global e com mercados de capitais com características complementares”, comentou Carlos Augusto Salamonde, head de Global Investment Management do Itaú Unibanco.