
O Ibovespa fechou com uma alta discreta nesta sexta-feira (21), ficando na casa dos 132 mil pontos, em pregão marcado por vencimento de opções sobre ações na bolsa e bateria de resultados corporativos, incluindo os números de Brava Energia, Cemig e Hypera.
O Índice de referência do mercado acionário brasileiro subiu 0,30%, a 132.344,88 pontos. Já o volume financeiro foi de R$33,1 bilhões. Na semana, o Ibovespa acumulou ganho de 2,63%, no ano, a alta é de 10%. Boa parte do desempenho se deve ao fluxo de capital externo, que está positivo, do começo de 2025 até o último dia 19, o total movimentado é de R$14,3 bilhões.
Na visão do gestor de renda variável Naio Ino, da Western Asset, o índice Bovespa ficou “meio que zero a zero”, refletindo uma certa acomodação, após um começo de ano mais positivo, sustentado principalmente por uma rotação global de recursos, com o “micro, especialmente o desempenho as empresas, pesando mais que o macro”.
O dólar, por sua vez, subiu ante o real, pelo segundo pregão consecutivo, seguindo sua valorização no exterior. Nesta sexta, a alta foi de 0,69%, com cotação de R$5,7156. Na semana, porém, a divisa acumulou baixa de 0,51%, chegando à terceira queda semanal consecutiva. Sem grandes preocupações no Brasil, os investidores monitoraram o mercado internacional.
Por trás do avanço está a realização de lucros de alguns agentes, após os recuos recentes da moeda americana, e a cautela antes da chegada de abril, quando os EUA prometem iniciar a cobrança de tarifas comerciais recíprocas sobre produtos de diversos países.
Destaques
– PETROBRAS PN avançou 1,55%, beneficiada pela melhora dos preços do petróleo no mercado externo, onde o barril de Brent fechou com acréscimo de 0,22%. PETROBRAS ON terminou com elevação de 1,61%.
– VALE ON subiu 0,37%, mesmo com o declínio dos futuros do minério de ferro na China. Analistas do UBS BB liderados por Caio Greiner iniciaram a cobertura do setor de mineração e metais no Brasil com recomendação neutra para Vale e preço-alvo de US$10,50 (R$ R$ 60,38) para o ADR.
– ITAÚ UNIBANCO PN fechou com acréscimo de 0,22%, em dia positivo para o setor no Ibovespa.
– BRAVA ENERGIA ON avançou 5,57%, mesmo após divulgar queda de 41% no resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado do quarto trimestre do ano passado, para R$505 milhões. À Reuters, o presidente da companhia, Décio Oddone, afirmou ter expectativas importantes para 2025, incluindo a previsão de atingir mais de 80 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d) de produção nos próximos meses.
– HYPERA ON valorizou-se 3,93%, revertendo a queda da abertura, em meio à repercussão do balanço do quarto trimestre do ano passado. Em teleconferência com analistas, o CEO disse que a Hypera planeja lançar no Brasil um medicamento baseado no princípio ativo do popular Ozempic assim que a patente do medicamento cair em março do ano que vem. O conselho de administração da farmacêutica também aprovou a distribuição de R$184,7 milhões em juros sobre capital próprio.
– LOJAS RENNER ON subiu 3,59%, após o conselho de administração da varejista de moda aprovar R$189,6 milhões em juros sobre capital próprio, correspondentes a quase R$0,19 por ação. O pagamento será efetuado em 9 de abril, com base na posição acionária em 25 de março.
– AUTOMOB ON recuou 10%, na esteira do prejuízo líquido de R$101 milhões no quarto trimestre no ano passado, revertendo resultado ligeiramente positivo de um ano antes, com queda no Ebitda e margem negativa. Segundo a empresa, o desempenho operacional do quarto trimestre “ainda não reflete as integrações e sinergias, além de ainda estar impactado pelo Ebitda negativo das concessionárias agro nesse período”.
– CEMIG PN caiu 4,85%, após a estatal mineira de energia divulgar Ebitda de R$1,94 bilhão no quarto trimestre do ano passado, 10,4% menor do que o observado no quarto trimestre de 2023, afetado pela queda de 61% no lucro de comercialização de energia elétrica. O conselho de administração da empresa também aprovou R$541 milhões em juros sobre capital próprio.
– PETZ ON cedeu 4,3%, em dia marcado pela repercussão do balanço, que mostrou expansão de cerca de 25% no resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado, para R$83,3 milhões. A rede de varejo de produtos e serviços para animais de estimação disse que iniciou o primeiro trimestre deste ano “com as mesmas tendências de crescimento apresentadas no segundo semestre de 2024, com bom patamar de crescimento aliado à preservação da margem bruta”.
– ENEVA ON perdeu 3,63%, em meio ao salto no prejuízo líquido do quarto trimestre do ano passado, para R$962,6 milhões, de R$290,6 milhões um ano antes. O Ebitda ajustado cresceu 20%, para R$1,2 bilhão, mas a margem nessa métrica caiu de 38% para 25,5%.
– NATURA&CO ON cedeu 1,66%, após trocar de sinal mais de uma vez durante o pregão, em meio à análise da proposta para incorporação da companhia pela sua subsidiária Natura Cosméticos, que se tornaria novamente a holding operacional do grupo e voltaria a ter ações em bolsa, além de mudanças na diretoria, com o presidente-executivo da Natura&Co, Fabio Barbosa, e o diretor financeiro, Guilherme Castellan, deixando seus cargos.