
Bom dia. Estamos na quarta-feira, 19 de março.
Cenários
Teremos uma “super quarta”, com as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e do seu equivalente americano, o Federal Open Market Committee (Fomc). As decisões são bastante previsíveis. Por aqui, a expectativa é de uma elevação de um ponto percentual na taxa referencial Selic, que vai subir de 13,25% para 14,25% ao ano, confirmando o que foi “contratado” na reunião de dezembro de 2024.
Nos Estados Unidos a expectativa é de manutenção dos juros referenciais FED Funds na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano. No entanto, o que realmente interessa ao mercado são as declarações das autoridades monetárias no Brasil e nos Estados Unidos sobre a trajetória futura dos juros.
Perspectivas
Começando pelo Brasil. As expectativas de inflação medidas pelo Relatório Focus subiram de maneira contínua ao longo de quase todo o primeiro trimestre. Houve uma exceção na edição mais recente, da segunda-feira (17), em que a projeção para o IPCA de 2025 recuou levemente para 5,66%, ante a estimativa anterior de 5,68%. Esse prognóstico, porém, permanece muito acima do teto da meta de inflação, que é de 4,50%.
Não por acaso, a mesma edição do Focus manteve as expectativas de 15% para a taxa Selic de dezembro de 2025 e de 12,50% para os juros de dezembro de 2026. No entanto, houve uma apreciação pontual do real em relação ao dólar nos últimos dias e há perspectivas de um aumento das exportações para a China, que podem aliviar o câmbio e os preços de diversos itens relevantes na cesta dos índices de inflação.
O que interessa aos investidores são as conclusões que o Copom deverá mostrar sobre o cenário prospectivo para a inflação, conclusões essas que podem alterar as expectativas para os juros neste ano e no próximo.
Nos Estados Unidos o cenário é parecido, com sinal trocado. Nas reuniões de 2024, o Fomc vinha indicando um afrouxamento nos juros a partir de 2025 devido às expectativas de baixa da inflação. Os índices seguem rodando entre 2,5 e 3% ao ano, acima da meta de 2% estabelecida pelo Federal Reserve (FED), o banco central americano.
A tendência de queda da inflação e de convergência para a meta justificavam expectativas de queda dos juros. Porém, as tarifas comerciais do governo Trump podem pressionar a inflação. Como há um novo componente de incerteza, é bastante provável que o comunicado do FED nesta quarta-feira retire as projeções de dois cortes de juros previstos para este ano.
Indicadores
- Brasil
Reunião do Copom
Taxa de juros Selic
Esperado: 14,25%
Anterior: 13,25%
- Estados Unidos
Reunião do Fomc
Juros referenciais / FED Funds
Esperado: 4,25% a 4,50%
Anterior: 4,25% a 4,50%