
A conclusão do Fórum Brasileiro de Líderes em Energia – powered by Forbes –, após dois dias de debates, é unânime para a maioria dos painelistas: a reforma no setor energético brasileiro é uma necessidade. Segundo Marcelo Moraes, CEO do Fórum, o crescimento dos investimentos nesse segmento é uma tendência e o diálogo deve ser mantido.
Realizado no Rio de Janeiro, o Fórum iniciou na quinta-feira (10), com a presença do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, na abertura. Ele destacou que é preciso viabilizar a entrada de novas empresas no segmento para amenizar os custos que, hoje, ficam todos por conta do consumidor final.
“A população terá a liberdade de escolher o fornecedor de eletricidade, queremos estruturar de forma econômica e fazer a segurança do sistema”, comentou Silveira. “O atual excesso de oferta e restrições de transmissão podem gerar volatilidade nos preços”, explicou o ministro.
Desafios
No decorrer do Fórum, as discussões abordaram investimentos no setor, o cenário macroeconômico impactado por conflitos internacionais, como a guerra tarifária dos Estados Unidos — especialmente contra a China — e a relação entre tarifas e melhorias no fornecimento. A necessidade de subsídios, fomento à competitividade e novas tecnologias também foram pontos unânimes entre os executivos.
Outra questão reforçada foi a necessidade do livre mercado do setor, para que novos players tenham a chance de entrar no sistema de energia elétrica, garantindo serviço de melhor qualidade e com menor custo ao consumidor. Uma das principais críticas dos painelistas é que a ausência de outros fornecedores culmina em cortes de geração de energia.
Esperança
A reforma do setor de energia será proposta, via Projeto de Lei, e será submetida ao Congresso em 60 dias, segundo o ministro de Minas e Energia.
Para Gentil Nogueira de Sá Junior, secretário nacional de energia elétrica, e convidado do painel de abertura desta sexta (11), as mudanças não serão imediatas, mas darão um direcionamento para o setor avançar.
Além disso, a proximidade da COP-30 no Brasil foi vista como uma oportunidade para exibir o avanço do país em alternativas energéticas e dar maior visibilidade à Amazônia bem como sua relevância para amenizar o desequilíbrio climático.