
O JP Morgan vê os preços do ouro ultrapassando o marco de US$ 4.000 por onça no próximo ano, após o aumento das probabilidades de recessão em meio ao aumento das tarifas dos EUA e à guerra comercial do país com a China, disse a instituição financeira nesta terça-feira (22).
O banco agora espera que os preços do ouro atinjam uma média de US$ 3.675/onça no quarto trimestre deste ano, a caminho de mais de US$ 4.000/onça no segundo trimestre de 2026, com riscos de superação antecipada dessas previsões se a demanda for maior que as expectativas.
“A sustentação de nossa previsão de que os preços do ouro se aproximem de US$ 4.000/onça no próximo ano é a continuidade da forte demanda de ouro por parte dos investidores e dos bancos centrais, com uma média de cerca de 710 toneladas por trimestre, em termos líquidos, este ano”, observou o banco.
O ouro à vista, que acumula valorização de 29% e atingiu 28 recordes de alta este ano, atingiu o marco de US$ 3.500 por onça pela primeira vez nesta terça-feira (22). No início deste mês, o Goldman Sachs elevou estimativa de preço do metal para o final de 2025 de US$ 3.300 para US$ 3.700/onça, observando que, em “cenários extremos”, o ouro poderá ser negociado perto de US$ 4.500/onça até o final de 2025.
Em termos de um possível caso de baixa para o ouro, uma queda inesperada na demanda de bancos centrais continua sendo o maior risco fundamental, disse o JP Morgan.
“Mais materialmente pessimista seria um cenário em que o crescimento econômico dos EUA permaneça extremamente resistente às tarifas, permitindo que o Fed se torne muito mais proativo no combate aos riscos de inflação, levando os mercados a precificar aumentos mesmo antes que a inflação preocupante realmente chegue”, observaram os analistas.
O JP Morgan também prevê maiores ventos contrários para a prata no curto prazo, dada a incerteza da demanda industrial, enquanto uma “janela de recuperação” se abrirá no segundo semestre de 2025, com os preços devendo subir para US$ 39/onça até o final de 2025.