
Os preços ao consumidor dos Estados Unidos registraram queda inesperada em março, mas os riscos de inflação estão inclinados para cima depois que o presidente Donald Trump dobrou as tarifas sobre produtos chineses importados, mesmo reduzindo as taxas dee outros países.
O índice de preços ao consumidor caiu 0,1% no mês passado, depois de ter subido 0,2% em fevereiro, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira (10).
O declínio provavelmente refletiu os custos mais baixos de energia e o esgotamento dos efeitos dos aumentos de preços do início do ano.
Nos 12 meses até março, o índice avançou 2,4%, de 2,8% em fevereiro. Economistas consultados pela Reuters previam altas mensal de 0,1% e anual de 2,6%.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, os preços ao consumidor aumentaram 0,1% em março, de 0,2% em fevereiro. O chamado núcleo da inflação subiu 2,8% em março na base anual, de uma taxa de 3,1% em fevereiro.
Os dados de março provavelmente capturaram apenas uma fração da primeira onda de tarifas de importação de Trump, incluindo uma tarifa de 20% sobre os produtos chineses e taxas sobre o aço e o alumínio.
Na quarta-feira (9), Trump disse que havia pausado as tarifas direcionadas aos parceiros comerciais por 90 dias, menos de 24 horas depois que as novas taxas entraram em vigor e mergulharam os mercados financeiros em uma turbulência.
Mas Trump aumentou as tarifas sobre as mercadorias chinesas de 104% para 125%, depois que Pequim respondeu com uma tarifa de 84% sobre os produtos norte-americanos.
Uma tarifa geral de 10% sobre quase todas as importações dos EUA continua em vigor. As tarifas de Trump, que ele vê como uma ferramenta para aumentar a receita para compensar seus cortes de impostos prometidos e para reavivar uma base industrial dos EUA em declínio há muito tempo, aumentaram as chances de uma recessão nos próximos 12 meses.