
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu à China nesta terça-feira (8) que garanta uma solução negociada para os problemas causados pelas tarifas de importação impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em uma ligação telefônica com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, Von der Leyen “enfatizou a responsabilidade da Europa e da China, como os dois dos maiores mercados do mundo, de apoiar um sistema de comércio reformado forte, livre, justo e baseado em condições equitativas”, escreveu seu gabinete em comunicado. Ambos discutiram a criação de um mecanismo para rastrear possíveis desvios comerciais causados pelas tarifas, já que a UE teme que a China redirecione as exportações baratas dos EUA para a Europa.
Trump também ameaçou aumentar as tarifas sobre as importações americanas da segunda maior economia do mundo para mais de 100% a partir de quarta-feira (9), em resposta à decisão da China de igualar as tarifas “recíprocas” que o presidente dos EUA anunciou na semana passada.
Mais cedo, Pequim repreendeu Trump depois que ele anunciou tarifas adicionais de 50% sobre as importações chinesas, chamando-as de “chantagem”. O primeiro-ministro Li, chamou as tarifas dos EUA de “típico bullying econômico unilateralista e protecionista”. Ele defendeu as contramedidas da China, de acordo com a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
De acordo com Li, as medidas têm como objetivo não apenas proteger a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento da China, mas também defender as regras do comércio global e a equidade e justiça internacionais. As políticas macroeconômicas da China neste ano levaram totalmente em consideração várias incertezas e o país tem ferramentas suficientes em reserva, disse o primeiro-ministro chinês, acrescentando que Pequim é “totalmente capaz de se proteger contra influências externas adversas”.
A União Europeia (UE) propôs tarifas próprias para a investida de Trump, que atingiu dezenas de países e fez com que os mercados financeiros entrassem em parafuso, alimentando as expectativas de que a economia global pode estar caminhando para uma recessão. “A China está disposta a fortalecer a confiança política mútua com a UE”, disse Li, conclamando ambas as partes a proteger o comércio e o investimento livres e abertos.