
A União Europeia implementará suas primeiras contramedidas em resposta às tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na próxima semana, concordaram os membros do bloco nesta quarta-feira, juntando-se à China e ao Canadá na retaliação e na escalada de um conflito comercial global.
A aprovação ocorreu no dia em que as tarifas “recíprocas” de Trump sobre a UE e dezenas de países entraram em vigor, incluindo tarifas maciças de 104% sobre a China, ampliando seu ataque tarifário e estimulando vendas mais generalizadas nos mercados financeiros.
O bloco europeu enfrenta tarifas de 25% sobre aço, alumínio e automóveis, bem como novas taxas recíprocas de 20% para quase todos os outros produtos, de acordo com o anúncio de Trump na semana passada, que atinge países que, segundo ele, impõem altas barreiras aos produtos dos EUA.
A UE aplicará tarifas, em sua maioria de 25%, sobre uma série de importações dos EUA a partir da próxima terça-feira, em resposta especificamente às tarifas de metais dos EUA. O bloco ainda está avaliando como responderá às taxas sobre automóveis e às tarifas recíprocas.
As importações vindas dos EUA incluem milho, trigo, cevada, arroz, motocicletas, aves, frutas, madeira, roupas e fio dental, de acordo com um documento visto pela Reuters.
Elas totalizaram cerca de 21 bilhões de euros no ano passado, o que significa que a retaliação da UE será contra produtos de valor inferior aos 26 bilhões de euros de exportações de metais da UE atingidos pelas tarifas dos EUA.
As medidas entrarão em vigor em etapas – em 15 de abril, 16 de maio e uma etapa final sobre amêndoas e grãos de soja em 1º de dezembro.
“Essas contramedidas podem ser suspensas a qualquer momento, caso os EUA concordem com um resultado negociado justo e equilibrado”, afirmou a Comissão Europeia em um comunicado.
Um comitê de especialistas em comércio dos 27 países da UE votou nesta quarta-feira na proposta da Comissão. Diplomatas da UE disseram que 26 membros votaram a favor, sendo que apenas a Hungria foi contra.
O resultado da votação era amplamente esperado, uma vez que a Comissão já havia consultado os membros da UE e refinado uma lista inicial em meados de março, removendo laticínios e bebidas alcoólicas dos EUA.
Os principais exportadores de vinho do continente, França e Itália, expressaram preocupação depois que Trump ameaçou atingir o vinho e as bebidas alcoólicas da UE com uma tarifa de 200% se a UE prosseguisse com sua tarifa planejada de 50% sobre o bourbon.
Trump já respondeu às retaliações de Pequim anunciadas na semana passada, quase dobrando as tarifas sobre as importações chinesas. Em resposta a isso, a China disse que imporá tarifas de 84% sobre os produtos dos EUA a partir de quinta-feira.