
Confirmando as expectativas, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa referencial Selic em 0,50 ponto percentual para 14,75% ao ano, maior nível desde agosto de 2006. A elevação dessa magnitude era amplamente esperada pelo mercado. Na terça-feira (6) as opções de Copom negociadas na B3 indicavamm 76% de probabilidade de alta de 0,5 ponto percentual.
No Comunicado divulgado após a reunião, o Comitê afirmou que o cenário está mais incerto. “A conjuntura externa, em particular os desenvolvimentos da política comercial norte-americana, e a conjuntura doméstica, em particular a política fiscal, têm impactado os preços de ativos e as expectativas dos agentes” segundo o texto.
Além da desancoragem das expectativas de inflação no mercado brasileiro e a indefinição com as tarifas comerciais nos Estados Unidos, o Comitê acrescentou “uma redução nos preços das commodities com efeitos desinflacionários” como risco de baixa da inflação. “Os riscos para a inflação, tanto de alta quanto de baixa, estão mais elevados do que o usual”, segundo o Comitê.
No entanto, o Comunicado informou que o Copom reduziu sua projeção de inflação para 2026 para 3,6% ante os 3,9% da edição anterior.
O Comunicado não forneceu nenhuma indicação para movimentos futuros dos juros. “[O] cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação”, afirma o Comunicado.
“[A] calibragem do aperto monetário (…) dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.”