Eleita uma das Mulheres mais Poderosas do Brasil em 2019, Ana Fontes, fundadora e CEO da Rede Mulher Empreendedora (RME) e presidente do Instituto REM, fala sobre a baixa porcentagem de mulheres no comando de empresas e sobra a sua trajetória profissional. A história de Ana se assemelha à de muitos nordestinos que fugiram da estiagem para o Sudeste em busca de uma vida melhor. Ana Fontes nasceu em Igreja Nova, no sertão alagoano, a oitava de dez irmãos, filha de um pescador e uma dona de casa.
Ana sempre demonstrou determinação. Ela conta que, para ser promovida na multinacional Volks, exigiram dela inglês e MBA. “Eu tinha estudado em escola pública e não falava nenhuma língua estrangeira.” Por dois anos juntou dinheiro e conseguiu fazer uma pós-graduação em marketing na ESPM. Faltava o inglês. Ao conhecer um dos diretores da Volks, tentou – sem sucesso – que a empresa pagasse um estágio fora do país. A solução seria novamente poupar dinheiro. Após um ano e meio, desembarcou em Londres para um estágio de três meses na filial da empresa. E de cargo em cargo alcançou a gerência de marketing. Durante quatro anos, foi a única executiva em sua área na companhia.
Em 2008, com dois amigos, fundou o portal Elogieaki. “Era o oposto do Reclame Aqui, com ideias positivas. Mas empreendedorismo não era o que se vê hoje. Cometemos muitos erros e não havia pessoas que nos orientassem”, diz. Em 2011, a sociedade foi desfeita, o site foi vendido, e nesse ínterim ela foi selecionada para participar do programa 10.000 Mulheres da FGV/Goldman Sachs. “Na primeira aula, já nos disseram que éramos 35 privilegiadas das mil inscritas. E eu ficava me perguntando: e as outras 965?”, conta. Entendeu que era hora de ensinar as mulheres a empreender. “Comecei a anotar tudo nas aulas e escrever um blog. Em seis meses, já eram 50 mil seguidoras; em um ano, 100 mil, e hoje a Rede Mulher Empreendedora (RME) abriga 500 mil em todo o país.” Ana ainda fundou, em 2017, o Instituto Rede Mulher Empreendedora, organização sem fins lucrativos, com o objetivo de fomentar políticas públicas; criou a Natheia, coworking fechado para parceiras da RME; e tornou-se a curadora da Virada Empreendedora, que está em sua oitava edição.
No vídeo abaixo, Ana fala fala sobre sobre a baixa porcentagem feminina no comando de empresas e sobre sua trajetória profissional: