Empresária. Designer. Ativista. Atleta. Engenheira. É impossível definir Elen Capri em uma única palavra. E ela não pretende parar por aí. Depois da marca de beachwear que leva o seu nome, a jovem se prepara para o próximo passo: o lançamento de uma linha de skincare produzida com produtos veganos.
Com pai atuante na área da saúde, e tendo sido responsável pela criação de um app para a indústria farmacêutica, Elen sempre se interessou por este universo. Tanto que prepara, para o mês que vem, o lançamento de sua linha de skincare, inicialmente com quatro produtos, focados na rotina básica de cuidados para a pele: gel de limpeza, tônico, creme diurno com barreira antipoluição e creme noturno com função anti aging. Produzidos por um laboratório francês, os itens serão lançados inicialmente na Europa. “Toda a produção é vegana, feita de biotech, ingredientes naturais criados em laboratório. Fiz tudo pensando na desinflamação da pele, na nutrição”, conta.
Elen acredita que sua inspiração para criar vem de uma experiência que mudou a sua vida. Aos 26 anos, trabalhando com tecnologia e viajando pelo Vale do Silício, ela começou a se sentir cansada e a se perguntar que legado deixaria para o mundo. Foi então que descobriu que queria ajudar o máximo de pessoas que conseguisse. Fez as malas e se mudou para Nanyuki, no norte do Quênia. “Vendi os apps e fui viver a vida real. Aprendi muito. Foi uma das coisas que me formou, que me deu a direção para tudo que viria a seguir”, relembra. Durante alguns meses, Elen deu aula de matemática e ciências para 200 crianças locais, enquanto morava com uma família que a adotou.
Essa vivência a moldou de tal forma que, agora, ela faz questão de conectar todos os seus projetos a causas sociais e ambientais. No México, por exemplo, ela aproveitou a oportunidade da expansão da sua marca de beachwear para se conectar com a fundação Yepez A.C., que cuida de tartarugas marinhas. No Brasil, fez parceria com mulheres do Bom Retiro para entender os principais problemas da região central de São Paulo, conhecida por reunir ateliês de costura. “A riqueza não está nas coisas materiais. Ela vem do que você agrega à sua vida, das experiências que você tem, do que você vive e estuda. Eu, que sou tão pequena, estou tendo essa iniciativa, imagina como marcas maiores não poderiam ajudar?”, pergunta. “Não são apenas nos negócios, é possível fazer muito mais.”
INSPIRAÇÃO QUE VEM DO COTIDIANO
Há dois anos e meio, a ideia para criar peças de beachwear surgiu de forma inesperada. Enquanto surfava, Elen teve o insight. Sem experiência na área – já que trabalhava desenvolvendo apps –, ela decidiu vir ao Brasil para tentar colocar em prática o que havia imaginado. “Queria unir a tecnologia, que era o meu mundo, à moda, algo de que sempre gostei. De início, queria criar um biquíni que não molhasse, mas não encontrei tecnologia disponível para isso. Então decidi criar uma nova modelagem, com mais estrutura”, lembra.
Depois que as peças-piloto não saíram como Elen queria, ela decidiu costurar os modelos no próprio corpo. Sua aposta foi mesclar o shape dos biquínis europeus com o brasileiro – nem tão grande, não tão pequeno –, inspirando-se nas formas utilizadas nos anos 1950 e 1960. Utilizando as redes sociais ao seu favor, a empresária conseguiu vender todos os produtos da primeira coleção antes mesmo de produzi-los. Atualmente, as peças podem ser encontradas no e-commerce Shop2gether e em lojas localizadas em Miami, no México e em Portugal, onde Elen mora com a família. Em breve, ela vai investir em moda masculina em collab com a Sardegna Sartoria, com quem desenhou uma linha praia sustentável.
Elen conta que sua inspiração vem de fatos cotidianos. Conectada com a sua vida pessoal, é daí que surgem os insights para as coleções de sua marca, assim como quando ela surgiu, de um estalo em cima da prancha. Das formas da cidade que encontra o mar aos clássicos azulejos portugueses, há inspiração em todos os lados. A empresária também usa e abusa do esporte para cuidar da mente. Além do surf, começou a praticar motocross durante a pandemia e aproveita para mergulhar em qualquer país para onde viaja. Ainda na adolescência, depois de assistir a um filme, decidiu criar a sua bucket list, com experiências que gostaria de ter antes de morrer. Com o tempo, foi eliminando cada item da lista e ganhando coragem, apesar de se considerar medrosa. Foi pautada nisso que decidiu competir no IronMan, sem nunca ter treinado para a intensa prova de triathlon: não sabia como era nada em alto mar, nem qual a melhor forma de tirar as mãos do guidão da bicicleta para se hidratar. Conseguiu completar a prova. “Se eu desistisse, ia desistir de outros objetivos da minha vida também”, reflete.
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