O famoso vestido vermelho de bolinhas brancas de Minnie Mouse será trocado por um terninho azul desenhado por Stella McCartney para comemorar o Mês da História da Mulher e o 30º aniversário da Disneyland Paris. No passado, o terninho ajudou as mulheres a se adaptarem em espaços de trabalho dominados pelos homens, mas depois se tornou um símbolo do empoderamento feminino. “Eu queria que Minnie usasse seu primeiro terninho na Disneyland Paris, então desenhei um dos meus figurinos icônicos, um smoking azul, usando tecidos de origem sustentável. Esta nova visão de sua roupa de bolinhas faz de Minnie um símbolo de progresso para uma nova geração”, disse Stella.
A transição do terno para o guarda-roupas feminino começou com a elite da década de 1930, quando mulheres começaram a usar terninhos (pense em Greta Garbo e Marlene Dietrich). Mas, até a década de 1950, as mulheres podiam ser presas ao usar um, acusadas de tentar “representar um homem”. Na década de 1960, os ternos ganharam um certo apelo, mas foi só em 1993 que mulheres foram autorizadas a usar calças no plenário do Senado dos Estados Unidos.
Très chic! https://t.co/sDsqu4NEKQ
— Hillary Clinton (@HillaryClinton) January 27, 2022
Hillary Clinton adora um terninho
Os terninhos de Hillary Clinton ficaram famosos após sua histórica candidatura à presidência. Em seu livro, “What Happened”, ela descreve por que o terninho foi sua escolha na época. “Eles fazem eu me sentir mais profissional”, escreveu, acrescentando que também achou que o terninho a ajudou a se encaixar no ambiente lotado de políticos do sexo masculino.
O terninho se tornou um símbolo do empoderamento das mulheres entre os apoiadores de Clinton em 2016. A página do Facebook Pantsuit Nation acumulou quase 3 milhões de seguidores – e as mulheres declararam que iriam usar o traje para votar nas eleições de 2016. #Ambitionsuitsyou foi outro movimento que surgiu pedindo às mulheres que usassem um terninho rosa choque para demonstrar “sua própria força e propósito”.
Os terninhos brancos, em particular, entraram na moda como um sinal de solidariedade entre as mulheres políticas. Geraldine Ferraro usava um terninho branco para aceitar a indicação do Partido Democrata para vice-presidente em 1984, e Hillary Clinton também vestiu um para aceitar sua indicação como candidata presidencial em 2016.
Pesquisas indicam que mulheres vestindo calça são percebidas de forma diferente das de saia. Um estudo fez com que os participantes avaliassem uma gerente feminina fictícia de saia ou uma gerente feminina que usava calças. As duas, fictícias, eram idênticas em todos os outros aspectos. Os participantes classificaram a mulher de calça como mais competente do que a mulher de saia. A preferência por calças provavelmente está relacionada ao fato de que a maioria de nós traz estereótipos masculinos sobre o que faz um bom líder. Usar calças pode fazer as mulheres parecerem mais masculinas e, portanto, se encaixarem na imagem estereotipado de líder.
As mais jovens também estão adotando a peça. Nos últimos anos, estrelas como Marsai Martin, Skai Jackson, McKenna Grace e Julia Butters usaram terninhos no tapete vermelho para vários eventos promocionais e profissionais. Schumacher concluiu que essas meninas estavam “usando o profissionalismo como um ato feminista e empoderador”.
Com relação à Minnie, a reação das mídias sociais parece indicar fortes sentimentos contraditórios em relação à mais nova adição ao guarda-roupa da ratinha. Hillary Clinton twittou que o terninho novo é “Trés chic”. No entanto, outros acharam que é puro preconceito vestir a ratinha com um traje masculino.