Uma das melhores partes do meu trabalho é conhecer tantas mulheres impressionantes. Jennie Blumenthal, fundadora e CEO da Corporate Rehab, uma organização focada em treinar mulheres para que possam encontrar liberdade e satisfação nas suas carreiras, é uma dessas pessoas. Jennie já me ganhou apenas pelo nome da sua empresa – Reabilitação Corporativa? Gênia.
Encontrei pontos em comum com a missão dela, pois abri minha própria empresa porque estava cansada de ser a única a quebrar as regras. As regras do local de trabalho foram escritas por e para homens há mais de 100 anos. É hora de elas serem reescritas. Na minha primeira empresa, a OTX, criei “Uncorporate Rules” (Regras não-corporativas) para não ser mais a exceção à regra e para encorajar mais líderes a desafiar o status quo.
O trabalho de Jennie com a reabilitação corporativa permite que mais mulheres escrevam suas próprias regras e histórias. Seu livro “Corporate Rehab” (Reabilitação Corporativa, em tradução livre) estará disponível na Amazon a partir de 18 de outubro.
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Shelley Zalis: O que te inspirou a reabilitar a cultura corporativa?
Jennie Blumenthal: Comecei esse projeto com base na minha própria experiência como executiva e mãe. Na época, eu estava passando por um burnout e percebi que não estava sozinha. Comecei a conversar com outras mulheres sobre como elas se sentiam no local de trabalho. Entrevistei 300 executivas para o meu livro, e o que mais me empolga é contar as histórias dessas mulheres. Há um poder real nisso para ajudar cada uma de nós a perceber que não estamos sozinhas.
SZ: Quando você começou a entrevistar essas executivas sobre suas escolhas de entrar ou sair do local de trabalho, o que elas tinham em comum?
JB: Três temas principais surgiram rapidamente: primeiro, as mulheres podem facilmente se perder em todos os papéis que desempenham, e seu valor é muitas vezes definido pela ajuda que dão aos outros. Em segundo lugar, ao tentar acompanhar todos esses papéis, nos tornamos viciadas na cultura da agitação, aquela sensação de sempre ser produtiva, correndo para fazer mais para nos sentirmos suficientes. Terceiro, as mulheres aguentam muitas bobagens tóxicas em seus empregos, o que interfere na capacidade de fazer um bom trabalho, e isso precisa parar.
SZ: O que significa “Rehab” no nome da empresa?
JB: Construí essa estrutura com base nos passos que dei em minha própria reabilitação dessa cultura da agitação, para que outras líderes soubessem por onde começar. Cada passo te leva a ajustar mentalidades e padrões, para que você possa mudar da sobrevivência para a prosperidade. Significa:
- Recognize: Reconheça a história da sua vida
- Evaluate: Avalie seus padrões e relacionamentos
- Heal: Cure sua mente, corpo e espírito
- Arise: Ascenda e se reconecte consigo mesmo
- Build: Construa novas dimensões na sua carreira e vida
SZ: Com base em tudo o que você aprendeu com essas entrevistas, qual o melhor conselho para um CEO hoje?
JB: As mulheres estão cansadas da cultura da agitação, de ter que se provar constantemente e atender a demandas de trabalho irreais. Meu maior conselho para os CEOs é modelar e construir culturas humanas – que reflitam as pessoas nas organizações que eles lideram. Culturas que recompensam a produtividade e o respeito, equilibram os estilos de liderança masculino e feminino e defendem a criatividade e a colaboração tanto quanto a receita.
SZ: O que as mulheres podem esperar quando abrirem seu livro?
JB: O livro oferece a capacidade de desacelerar e olhar para dentro. Quando estamos tomando grandes decisões, especialmente presas à cultura da agitação, é natural tentar fazer mais, agir rápido e procurar fora de nós mesmas as respostas para o próximo passo. Mas as respostas geralmente surgem quando você fica quieta e aprende a ouvir a si mesma. O livro deve ser um primeiro passo para isso, pois fornece uma estrutura e exercícios que vão te atender nesse exato momento, para te levar a um lugar onde você vai confiar em suas decisões e fazer um plano específico para o que vem a seguir.
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