A pneumologista e pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcolmo toma posse hoje (21) na ANM (Academia Nacional de Medicina). Dalcolmo foi eleita em agosto e será a quinta mulher na Academia e a 8ª na história da associação, que existe há quase 200 anos. “As mulheres representam 70% da força de trabalho na saúde e a tendência é que a Academia absorva mais mulheres de diversas áreas.”
A pesquisadora teve 69 dos 80 votos da ANM, e passa a ocupar a cadeira que foi do médico pediatra Azor José de Lima, professor-emérito da UniRio falecido em agosto de 2020. “É um sonho que se materializa. Estar na Academia e ter o reconhecimento dos seus pares é o ápice de uma carreira.”
Dalcolmo tem mais de 100 artigos científicos publicados e foi uma das vozes mais importantes da ciência durante a pandemia. Desde março de 2020, ela se afastou do trabalho por apenas duas semanas, quando contraiu Covid-19.
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No restante do tempo, se dividiu entre o consultório, laboratórios de pesquisa e aparições na mídia, trazendo informação de qualidade para combater as fake news sobre a doença. “Desconstruir informação má e maliciosa deu muito mais trabalho do que informar”.
No ano passado, ela lançou o livro “Um tempo para não esquecer”, com suas experiências no enfrentamento da pandemia e o futuro da saúde. “A grande capacidade de trabalho e o compromisso nesse período são um grande exemplo para as novas gerações.”
Margareth Dalcolmo quer contribuir junto a seus pares para assessorar o Estado brasileiro na questão de saúde e continuar a desenvolver estudos clínicos e projetos voltados à saúde pública para atender os necessitados. “Em um país desigual como o Brasil, a ciência tem que se voltar para a saúde pública.”
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