Marcia Casz havia acabado de vender sua empresa de marketing esportivo para uma das maiores do mercado brasileiro, a IMM Esportes & Entretenimento – tornando-se diretora de esportes desta –, quando surgiu uma daquelas oportunidades únicas na vida. “O ATP 500 abriu uma ‘data’ – ou seja, uma das cidades que sediava uma etapa desistiu – algo que não acontecia há 10 anos”, conta.
Casz se viu diante da possibilidade de ajudar a colocar o Brasil no circuito do tênis mundial. “Foi uma loucura, trabalhava 20h por dia, mas no ano seguinte realizamos o primeiro Rio Open”, diz a executiva. A estreia do campeonato foi em 2013.
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Dez anos depois, o evento injeta R$ 130 milhões na economia da cidade do Rio de Janeiro durante a semana de sua realização. Também, envolve 3 mil empregos diretos e indiretos e atrai cerca de 60 mil pessoas para as nove quadras de saibro montadas no Jockey Club carioca, que inclui uma área de 10 mil metros quadrados com praça de alimentação e relacionamento para as empresas patrocinadoras. “Só tínhamos aquela chance para convencer os organizadores de que éramos capazes. Eu sabia que a régua era alta.”
O Rio Open 2023, que custou cerca de R$ 35 milhões, começa neste sábado (18), e vai até domingo (26).
Experiência no empreendedorismo
A empreitada foi possível porque, apesar de estrear em grandes eventos do esporte com o Rio Open, Casz já tinha anos de experiência no ramo. A empresa que ela fundou foi responsável pela criação, em 1999, do evento de vôlei de praia que escolhia o Rei e Rainha da Praia e que reunia alguns dos melhores atletas brasileiros. “Todos os nomes importantes do vôlei de praia queriam ter esse título no currículo”, diz ela, que jogou vôlei durante a adolescência mas não chegou a se profissionalizar.
Casz promoveu ainda o XGames, torneio de esportes radicais, por três anos, e o Red Bull Skate Pro On, esporte no qual sua empresa virou referência. Em seus anos como empreendedora, realizou ainda a competição Megarampa, em parceria com o skatista mundialmente famoso Bob Burnquist, que reuniu no Brasil alguns dos maiores nomes do skate mundial.
Pegada de carbono menor
Um dos objetivos da executiva para este ano à frente do Rio Open é reduzir o impacto ambiental do evento, com gestão de resíduos e uso de material reciclável. “É um evento carbono neutro desde 2020”, diz Casz. Ainda dentro do chapéu ESG, há o apoio a jovens esportistas moradores de favelas cariocas com a montagem de uma competição dentro do Rio Open de participação exclusiva deles. E, continuando nas ações ligadas ao “S” (ESG engloba Environment, Social e Governance. Traduzindo: Meio ambiente, social e governança), o evento vai ter uma linha direta para denúncias de assédio ou racismo. “Temos uma equipe de maioria feminina, com 55% da composição de mulheres, e queremos levar essa consciência para o evento.”
Agora, a executiva está criando ações para aumentar a diversidade também na equipe. “Estamos executando ações de letramento para depois abrir espaço para novos perfis”, diz. “O primeiro ano terá foco na questão racial.”