“Os líderes irão ver 2023 como um dos anos mais importantes na história da humanidade”, diz Angela Ahrendts, ex-vice-presidente sênior da Apple Retail e ex-CEO da Burberry, quando abordou a revolução tecnológica impulsionada pela IA (inteligência artificial) e seu efeito transformador nos negócios. “A aceleração, o ritmo da mudança e o que a IA gerará não é diferente das transformações vindas do iPhone. Nem consigo imaginar ainda todas as inovações que virão disso.”
Em uma era definida por intensa disrupção e por mudanças rápidas, Ahrendts afirma que a essência da liderança eficaz está passando por uma mudança radical. De acordo com ela, a IA tem muitas das competências técnicas que as organizações normalmente priorizam em executivos.
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Ahrendts acredita que os líderes criativos agora têm uma vantagem competitiva, porque trazem atributos qualitativos – como paixão, intuição e empatia – que as máquinas não conseguem substituir. “Vamos depender das pessoas criativas para olhar para frente e liderar os negócios. Precisamos amplificar as competências humanas em um mundo cada vez mais artificial.”
As empresas que adotarem essa nova lógica de liderança vão estar mais bem posicionadas para prosperar na era da IA, de acordo com Ahrendts. Ela enfatiza a importância de aproveitar as características humanas em um mundo artificial, habilidades que não podem ser replicadas por algoritmos. “Nós [humanos] precisamos ser um complemento para a IA e, com ela, trazer novas mentes e novas formas de pensar”, diz a executiva.
Da mesma forma, as empresas devem entender a oportunidade que a tecnologia oferece para desencadear uma nova onda de criatividade e inovação – e devem implantar os recursos para tirar proveito disso. “Como líderes, temos que investir em nossas próprias empresas. Devemos investir tanto no componente humano de nossos negócios quanto na tecnologia, para que possamos evoluir e começar a pensar de novas maneiras, porque estamos atrasados.”
Para Ahrendts, o futuro dos negócios está na união da criatividade humana com a tecnologia baseada em IA. Aqueles que conseguirem encontrar o equilíbrio certo entre os dois vão liderar e definir esta próxima era da inovação. “É importante ser curioso e estar disposto a aprender a vida toda”, diz Ahrendts. “Quanto mais você lê, mais você está contribuindo para o seu próprio banco de dados e, por isso, seus instintos estão sendo constantemente fortalecidos. Ligue os pontos: essa lógica de aprendizado não é diferente do funcionamento de uma inteligência artificial.”
* Moira Forbes é vice-presidente executiva da Forbes USA. Ela é a presidente e publisher da ForbesWomen.
(Traduzido por Gabriela Guido)