A grife de moda feminina Animale fechou uma parceria com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e produziu uniformes de alfaiataria a sob medida para as jogadoras da Seleção Feminina de Futebol usarem na chegada à Austrália, na abertura da Copa do Mundo que começa em julho.
É a primeira vez que as jogadoras terão esse tipo de roupa. O time masculino teve uniforme de alfaiataria assinado por Ricardo Almeida na Copa de 2022. “Foi um processo de escuta para atender à expectativa do belo, uma palavra que elas usaram muito desde o início”, diz Isabel Del Priore, CEO da Animale, primeira parceira de moda do time feminino. “O projeto foi coletivo em sua essência, dentro de casa e com as atletas.”
A coleção envolve uma parceria com o projeto social “Pretas em Campo”, da Ong Empodera, para levar o futebol a 120 meninas e jovens mulheres negras em situação de vulnerabilidade social no Rio de Janeiro. ”A ideia é que parte da venda de um produto de alfaiataria seja revertida ao projeto Pretas em Campo”, diz Priore. Aqui, ela conta um pouco mais do que a parceria vai trazer para a marca que está liderando desde 2022.
Leia também
- Os feitos das brasileiras indicadas para os prêmios de melhores do ano da Fifa
- Futebol Feminino dos EUA tem acordo de equidade salarial aprovado
Forbes: Assinar os uniformes foi uma busca da Animale ou a CBF foi até vocês?
Isabel Del Priore: O convite chegou ao Grupo Soma e, de cara, vimos que tinha com o compromisso com a equidade de gênero assumido pela Animale [a marca é uma das signatárias do movimento Elas Lideram, do Pacto Global, da ONU, que tem como objetivo atingir 30% das mulheres na alta liderança até 2025 ou 50% até 2030 entre as empresas associadas].
F: Em termos de negócios, o que isso vai significar para a marca?
IP: Estamos fazendo parte de uma série de movimentos pioneiros. Pela primeira vez, a seleção feminina de futebol irá se apresentar de um jeito autoral no desembarque e em compromissos oficiais da CBF. Ainda de forma inédita, este ano a Copa Feminina de Futebol será transmitida ao vivo em TV aberta, além da paga, ampliando o alcance em massa. No país do futebol, isso vale muito. E, o mais importante, é que a iniciativa dialoga com os compromissos assumidos pela marca, como empoderamento, liderança feminina e representatividade.
F: Como foi a escolha final de cores e estilo? Como foi o envolvimento das jogadoras com o processo criativo?
IP: Foi um processo de escuta e adequações para atender à expectativa do belo, uma palavra que elas usaram desde o início. Toda a troca foi de colaboração entre a marca e as jogadoras, que tiveram participação nas tomadas de decisões das roupas. A alfaiataria, que é uma tradição na Animale, foi o ponto de partida nessa construção, sempre buscando que elas se sentissem confortáveis. O intuito era respeitar a individualidade e fazer com que se sintam pertencentes, e ainda mais potentes.