Entre seis e nove altos dirigentes da RFEF (Real Federação Espanhola de Futebol) serão convidados a deixar seus empregos ou demitidos como parte de um acordo para acabar com a ameaça de boicote das jogadoras à seleção nacional, disse uma fonte da federação à Reuters.
A decisão foi tomada depois que as atletas disseram em um comunicado na semana passada que se recusam a jogar pela seleção nacional enquanto as pessoas que “incitassem, ocultassem ou aplaudissem atitudes que fossem contra a dignidade das mulheres” continuassem a fazer parte da federação.
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Não ficou imediatamente claro quando as mudanças de pessoal entrarão em vigor. A Reuters não conseguiu entrar em contato com os representantes das pessoas incluídas na lista para comentar o assunto.
Pablo Garcia, porta-voz da RFEF, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.
O futebol espanhol está em crise desde que Luis Rubiales, então chefe da RFEF, beijou a meio-campista Jenni Hermoso na boca durante a comemoração pela conquista da Copa do Mundo Feminina, em 20 de agosto.
Suas ações indignaram atletas, autoridades do governo e muitas pessoas da sociedade espanhola em geral, e levantaram questões sobre o sexismo no esporte. Rubiales, que se demitiu em 10 de setembro, compareceu perante a um juiz na segunda-feira (18) para enfrentar uma queixa de agressão sexual por causa do beijo.
A lista de demissões da RFEF foi elaborada durante uma maratona de reuniões entre as jogadoras, o sindicato Futpro, membros do CSD (Conselho Nacional de Esportes da Espanha) e o diretor de futebol feminino da RFEF, Rafael Del Amo, que terminou na madrugada desta quarta-feira.
Alguns dos nomes foram propostos pelas próprias jogadoras, acrescentou a fonte.
Mais cedo na quarta-feira (20), o presidente da CSD, Victor Francos, disse que uma comissão conjunta será criada entre as instituições e as atletas, e terá a tarefa de acompanhar a implementação do acordo.